Metamorfoses XXVI
em certas cidades sem nome
há um friso de flores escuras
a bordejar rios adormecidos
onde vogam incautos viajantes
escondem o rosto nas mãos
a luz clara os atormenta
são enfermos sem infância
roubada na esquina da rua
cidades de traços inquietos
espelhos quebrados na noite
os barcos partiram cedo
para o cais mais distante
não choram os que perderam
uns o barco outros o rosto
apenas tapam os olhos
para ocultar o frio desgosto
cidades de fogo assassino
tracejam em cada recanto
uma promessa ávida de dor
num pranto tinto de morte
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