No reino das novelas
Vivemos num país enovelado. Perante uma realidade escassa sobram as novelas. Por exemplo, a da supervisão do Banco de Portugal no caso BPN. Toda agente já percebeu que ninguém quer saber do caso BPN, mas a oposição compreendeu que Vítor Constâncio pode ser um elo fraco dentro da esfera do poder, portanto clama por sangue. Em novelas especializou-se o Benfica. Dantes tinha equipas de futebol, hoje em dia tem autores de scripts. Mas os enredos são sempre de fraca qualidade. Agora até mete Jesus e tudo. O kitsch ameça. A imaginação também é pouca. De novela são também as iniciativas como as de Belgais, de Maria João Pires. O projecto de Belgais, de ensino artístico, vai acabar bem à portuguesa, com arresto dos bens. Outra novela é o caso do TGV. Anda, não anda. O enredo está demasiado enredado e talvez fosse bom esperar mais uns meses para ver o desenlace. Ao menos que se seja fiel à característica de novela e se alargue os episódios até depois das eleições. Novelas que emocionam a opinião pública e asseguram largas audiências são as que incidem sobre crianças. Gasta a história da menina russa, agora temos direito à triste história do Martim e da sua jovem mãe. Esta tem todos os ingredientes, se o público não for a banhos, para uma larga audiência. Nestas coisas, a justiça está sempre metida, vá lá saber-se por que razão.
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