Um problema com a transparência
O Partido Socialista tem um problema com a transparência. Por exemplo, eu sei que o concurso que existia ao nível da colocação de professores não era grande coisa, mas tinha a virtude de ser transparente. As regras eram claras e não estavam submetidas ao arbítrio de ninguém. Esse concurso foi destruído e abriu-se as portas para, mais dia menos dia, as colocações de professores serem feitas por ajuste directo pelos directores das escolas (agora, personagens de poder quase incontrolado) ou pelas autarquias. O leitor sabe o que isso significa. Sabe perfeitamente como se fabricam critérios para que alguém com menos habilitações ou qualificações possa ultrapassar quem estiver melhor colocado, mas que não conhece ninguém ou que é indesejado pessoal ou politicamente. Este é um exemplo de uma deliberada atitude do Partido Socialista para acabar com a transparência onde ela ainda subsistia.
O exemplo mais interessante, porém, é este. O portal (uma das coisa que o socratismo tanto gosta) para a transparência nas obras públicas foi adjudicado sem concurso público, por ajuste directo. Há uma coisa que me espanta neste governo, governo tão bem acolitado por gente vinda do ISCTE. Ainda não explicaram ao engenheiro Sócrates que a modernidade não é propriamente ter muitas engenhocas, mas uma atitude que implica a universalidade e a real transparência dos negócios públicos e privados? O que descobrimos é que o Partido Socialista não passa de uma organização pré-moderna fascinada com gadgets. Uma tristeza.
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