19/06/09

Do "à socapa" à prestidigitação (2)

Quando se ouve isto, não deveríamos parar todos para pensar? O que pretende este governo quando permite que todos os dias venham alunos para a televisão rir-se do grau de dificuldade dos exames? Não seria menos confrangedor acabar já com os exames? Não seria mais honesto, no acto da matrícula no 1.º ano, combinar com a família que diploma se vai entregar à criança no fim dos 12 ou 15 ou 17 anos de escolaridade? Então, o menino João vai ser mestre em quê? Mestre em engenharia civil, responde o papá deslumbrado. Lá fica o registo, que acompanha o processo do aluno até ao fim da universidade, quase me ia enganando e escrever até ao fim dos estudos superiores, mas como não é preciso estudar, não faz sentido falar em estudos superiores ou mesmo inferiores. Bastaria não morrer e ter o processo que comprovasse o precoce desejo do papá. As próprias universidades poderiam fazer previsões estatísticas correctas dos diplomas que teriam de passar. Tudo seria mais honesto e simples, ou simplex.

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