Metamorfoses XLIII
Philip Glass – Metamorphosis
no limiar da sombra há um animal
touro feroz sobre a planície cresce
quando se cavalga pela terra manchega
e o sol oferece a calma da exaustão
um milhafre cruza os céus de fogo
e um frémito varre toda a terra nua
não há cavalo nem cavaleiro que a dobre
apenas a sombra do touro a apazigua
as poucas árvores por deus ali abandonadas
são símbolos de água a voz do paraíso
dia após dia o transportamos aos ombros
como se fosse não prémio mas castigo
e na indiferença desta tarde infernal
onde tudo suspendeu o movimento
descubro no lugar do bem o sopro do mal
e na mudança o princípio do esquecimento
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