06/06/09

Desespero eleitoral

Eis o meu problema, participar nestas eleições e votar. Não é que eu não queira e até tenho aproveitado o dia de hoje, o dia de reflexão que o legislador tão sabiamente me ofereceu, para reflectir no assunto e escolher. Já estou em reflexão há mais de 22 horas e nem uma luzinha se acendeu no meu pobre e devastado cérebro. Naquele partido que eu votava, por um hábito que data dos finais de 70 ou inícios de 80, jurei a pés juntos que nunca mais, mas ó nunca mais, lhe dava o meu voto. Quem não se sente não é filho de boa gente e eu sou filho de gente boa. Portanto, nesses, o caso está arrumado. Não tenho paciência para as amostras de partido. Exercitei essa modalidade ainda nos anos 70, mas depressa me cansei, por inútil. Tenho um problema com os partidos da direita. Eu sou conservador. Sempre votei à esquerda, logo como conservador que sou não posso votar à direita. Mas apesar de ser de esquerda, abomino revoluções e aqueles que sonham com revoluções, logo é-me impossível votar em certa esquerda que sonha com revoluções. As revoluções são uma coisa desagradável. Quando tinha 17 ou 18 anos, achava graça às revoluções, mas isso era devido às hormonas ainda não estarem completamente estabilizadas. Hoje não acho graça às revoluções e muito menos aos homens que sonham com elas, nem que seja em segredo. As revoluções têm muito sangue, morre gente e estraga-se muita coisa que nunca mais se conserta. Um aborrecimento. Além de mais, eu sou conservador e não um revolucionador. Pensei em voltar-me para Deus, pedir-lhe que me iluminasse. O Espírito Santo, ainda eu não tinha pensado o pedido todo a fazer, soprou-me logo que Deus, seja em que pessoa for, não se mete em política nem em futebol. Quem me poderá ajudar nesta solidão de eleitor que quer votar e não sabe em quem.

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