12/05/08

Da impotência dos homens

Há momentos em que a natureza nos recorda de forma dolorosa a nossa precariedade. Um sismo na China, ocorrido hoje, já tem 8500 mortos contados. As contagens, porém, continuam. O recente ciclone na Birmânia fez também um número indefinido de vítimas. Para os diplomatas ocidentais, mais de 100 mil.

As tradições religiosas viam, ingenuamente, nestes acontecimentos a acção da fúria divina perante a iniquidade humana. Nós, homens modernos, aprendemos que não são os deuses que assim se manifestam, mas as potências naturais e fazem-no indiferentes à nossa bondade ou iniquidade. Aprendemos também, em cada manifestação dessas potências, a impotência dos homens e a falsidade de ter alguma esperança perante os ditames da necessidade natural.

Aprendemos tudo isso, mas na verdade será que ganhámos alguma coisa ao eliminar os deuses da nossa explicação dos acontecimentos?

1 comentário:

maria correia disse...

Não ganhámos absolutamente nada...os deuses é que se têm rido a bom rir de nós...os deuses estão por aí, em toda a parte, uns maiores, outros menores, uns a tomar conta dos ventos, outros das estrelas, outros dos rios e dos mares, outros do fogo --até ao Prometeu já libertaram e nós não nos apercebemos de nada... e outros, ainda, vão olhando por nós...mal ou bem, mas vão...nós é que não nos apercebemos de nada, cegos de matéria. Um dia, ainda nos encontramos todos uma vez....e voltaremos à Era Dourada.