10/05/08

Sobre castigos e outros desvarios da bola

Anda meio mundo alvoraçado com uns castigos aplicados por uma comissão disciplinar da Liga de Futebol, ou lá como se chama a coisa. Entre júbilos e indignações, o mundo da bola continua o seu triste espectáculo. Apesar do meu clubismo, há muito deixei de acreditar na lisura do jogo. Não vale a pena perder tempo com ele, mesmo que os resultados favoreçam a minha cor. Há muitos anos que não entro num estádio e não tenciono sequer voltar a fazê-lo. Mas devido a uma incurável inclinação para o optimismo herdado da educação católica recebida, penso, por vezes, que haveria uma solução: dissolver os clubes, as federações, as associações, impedir os dirigentes e os árbitros no activo de voltarem ao exercício das suas funções. Numa palavra, começar tudo de novo. A minha ingenuidade, porém, não estará em pensar uma coisa que é impossível. A ilusão deve-se antes ao facto de poder pensar que isso alteraria alguma coisa. Os novos clubes, os novos dirigentes, os novos árbitros seriam exactamente iguais aos actuais. Isto está-nos na massa do sangue. E como se comprova e comprovará, não há polícia nem justiça que resolva o assunto. O futebol, como a maior parte das coisas em Portugal, não vale um suspiro.

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