A noiva jubilosa
Retorno às palavras e olho para a língua como um campo a lavrar. Há centenas de anos, agricultores silenciosos trabalham a terra, sulcam-na de lés-a-lés, lançam pequenas sementes de onde novos e novos mundos virão. A cada ano que passa, porém, é necessário retomar a charrua, carregá-la com o corpo e desenhar, mais uma vez, os traços eternos na terra. De longe, quem olha a azáfama percebe, apesar da antiguidade da faina, que os frutos são frescos e, em cada texto nascido, a língua, como as leiras de terra sempre lavradas, enche-se de vida; é sempre a noiva jubilosa que se apresenta no altar.
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