14/05/08

As desculpas e o espírito de cruzada

Sócrates esteve bem ao pedir desculpa por ter fumado no avião, mas esteve mal ao dizer que não sabia que estava a violar a lei, mesmo que seja verdade. Neste processo ridículo, há no entanto algo que convém perceber. As fumaças do primeiro-ministro só foram relevantes pela forma como ele, durante três anos, geriu o país e impôs as leis. Se ele tivesse, desde o início, evitado o espírito de cruzada contra os infiéis, ninguém teria dado importância ao acontecimento e, agora, não seria necessário apresentar desculpas de mau pagador.

1 comentário:

Alice N. disse...

Vermos um primeiro ministro a alegar que desconhece a lei (ainda por cima, uma lei tão polémica e debatida) é, no mínimo, ridículo! E um verdadeiro insulto à inteligência dos portugueses.
O que pensarão agora os meus alunos depois de, nas aulas de Formação Cívica, ter passado uma boa parte do ano a falar de democracia, direitos e deveres, tentando explicar que vivemos numa sociedade com regras, que temos leis e que elas são para cumprir, concordemos ou não com elas? (Um dos temas que debatemos foi precisamente a lei anti-tabaco.) Obrigada, senhor primeiro ministro, pelo exemplo. Com perdão pela expressão, acho que andei a fazer figura de parva.
Alice N.