Phoenix and the American Flag on Mars
Este súbito interesse de o "A Ver o Mundo" pela exploração espacial não tem, ao contrário do que se possa pensar, como finalidade emular o blogue Abrupto, de Pacheco Pereira. O que aliás seria impossível. Há nisto um interesse filosófico. Esse interesse foi já assinalado, no século passado, por Hannah Arendt, quando classificou a aventura espacial e a ida do Homem à Lua como acontecimentos decisivos. A possibilidade do homem se emancipar da Terra é muito mais do que uma continuação da aventura dos descobrimentos, como sugere Pacheco Pereira nos títulos que dá aos seus posts, no Abrupto, sobre a viagem da Phoenix.
As viagens luso-castelhanas foram ainda formas de reconhecimento de uma dependência do homem relativamente à sua casa, a Terra. Fazem parte de um jogo de territorialização com a finalidade de afinar a impressão geográfica e permitir a plena cartografia da Terra, isto é, a identificação de todos os cantos da casa.
Aquilo que se desenrola aos nossos olhos é de uma espécie completamente diferente: o homem emancipa-se da Terra, desterritorializa-se, predispõe-se a um corte com as suas condições naturais de existência. O homem prepara-se para se tornar um extra-terrestre. O que isto significa ainda não o sabemos, mas o conceito, apesar de vazio de conteúdo, já existe. Quem estudou Filosofia sabe que ele, mais tarde ou mais cedo, ganhará significado. Não nos iludamos com a presença de objectos e símbolos demasiado conhecidos nesta fotografia da Phoenix em Marte.
1 comentário:
Acabei de ouvir no noticiário da Antena 3 o SOM da Phoenix a pousar em Marte! Em directo! É que o som leva mais tempo a chegar do que a imagem! E ouviu-se há pouco.É emocionante. Não interessa muito, sinceramente, se é a bandeira americana ou outra qualquer a lá estar. SEmpre fomos descobridores de mundos. (fabuloso 2001 Odisseia no Espaço)E, quando esta galáxia já não chegar, partiremos para outras. É ESSE O DESTINO.
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