19/05/08

António Manuel Couto Viana - Vasco da Gama

Fui a Pátria que foi,
Num momento de glória, no mundo deslumbrado
O meu vulto de herói
A descobrir, no mar, um caminho ignorado.

Chamo-me Vasco da Gama,
Almirante da índia, Conde da Vidigueira.
Quem maior que Camões a celebrar-me a fama;
A retratar-me a alma verdadeira?

Hoje, sou uma Torre e uma Ponte.
Elevo-me nos céus e uno margens.
Dono do horizonte,
A mirar-me no rio que consagra as viagens.

Antes assim que ser uma estátua escondida
Sob a ramagem plácida de um parque,
Daqui, meu nome é ainda um encontro da vida
E sirvo de memória ao cais do embarque.

1 comentário:

maria correia disse...

Fomos sempre fazedores de pontes. A partir deste canto recôndito do mundo, desta Finisterra de homens famintos e sonhadores,lançámos pontes para todo o lado. Pontes de comércio, de língua, de cultura, de nomes, de gestos. E continuamos a fazê-lo, por muito mal que digamos de nós próprios (estou bastante cansada disso) ou que digam de nós. Nós, mais uma vez, e sempre, cadinho cultural espalhando mundos, pontes, rios e mares. E o resto são cantigas e levava-as o vento, também, para outras praias...