16/05/08

Verdi - Nabucco


Nabucco Verdi
Colocado por paradixman

1 comentário:

maria correia disse...

Já aqui se falou um dia da ópera italiana e da alemã, creio, a propósito do Liebestod, do Tristão...Wagner terá sido mais metafísico, Verdi mais mundano, ou terreno...Contudo, ISTO, este assombroso Va, pensiero...,apesar da sua profunda humanidade, do seu carácter terreno--um povo, o hebreu,em cativeiro, que sonha nostágico a pátria perdida (e que se tornou no hino fundamental da independência italiana, na época), contém em si o mais sublime que pode existir no homem: a capacidade de desejar algo de melhor do que o presente, de ansiar pelo Perdido, seja isso uma «pátria» idealizada ou real ou possível de realizar. É uma espécie de cântico, de hino,ao regresso ao Paraíso (perdido, como sempre, mas sempre desejado), uma exortação ao inatingível, um exorcismo do Mal presente. Sublime, todo o Nabucco e, a este momento, a este Va, pensiero, render-me-ei, sempre, de olhos postos nos céus. É o meu hino anarquista, pensando na Anarquia como uma pátria «perdutta», em que o homem foi ou será ou seria «...a prince among princes.» A pátria, essa, sim, em que cada homem seria UM PRÍNCIPE ENTRE PRÍNCIPES....Va, pensiero...