20/05/07

Política Francesa – 1

No suplemento P2 do Público, de hoje, há uma entrevista de Teresa de Sousa (TS) ao sociólogo francês Michel Wieviorka (MW) sobre a actual situação política em França. Toda a entrevista merece leitura e reflexão. Deixo um excerto:

TS – E há outro problema: o lugar em que esses problemas podem ser resolvidos, quando o Estado-nação está sujeito aos ventos fortes da globalização.

MW – Aqui também assistimos a um regresso do político. O discurso dominante começou por ser: afinal o Estado-nação já não pode fazer nada face às forças gigantes do capital.

Hoje, isso também começa a mudar. O regresso do discurso sobre a identidade nacional é uma resposta a isso, que creio que é diferente do nacionalismo da Frente Nacional. Os nacionalista dizem: fechamos fronteiras, não queremos estrangeiros, separamos os problemas internos dos externos. O discurso de Sarkozy é diferente, embora eu o diga ainda com alguma prudência. O que ele diz é que nos devemos apoiar na identidade nacional para nos projectarmos no mundo com mais confiança.

O que é novo e marca o regresso do político é que o quadro do Estado-nação não morreu e que podemos fazer com ele um certo número de coisas, mesmo que os desafios que vêm do exterior sejam enorme. A questão passou a ser: como articular, em vez de opor, a acção política a diferentes níveis: local, nacional, regional, no sentido europeu, e mundial. É por isso que a Europa é um tema tão importante.

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