Cardílio - XV
Conto teus dedos um a um, pois são
Sílica, pedra roxa, várzeas calmas
Abertas sobre a foz, onde um rio puro,
De água clara, por mim em brados chama.
Vozes de barro, casas de minério
Vegetal, tudo aberto ao céu que cai,
Como se o vento cálice quisesse
Ser, para nele a ti te recolher.
Deixa vir os relâmpagos, a lua
Fria e mineral. Cantem a luz árida
Das estrelas no sonho descobertas!
Se te toquei no ventre e um incêndio
Alastrou, então deixa que esta mão
Como uma parra em teu seio breve caia.
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