Cardílio - XVI
Lucernas, vidros, ânforas, pedaços
De vida aqui perdidos, esquecidos
Entre malvas bravias e ruas de mármore.
A vida os deixou pálidos, sonâmbulos,
Ébrios de tanta morte. Nesta casa
Habitaram mulheres, e ferozes
Dedos delas fizeram doce e terna
Habitação. Que nome seria o seu?
Procuro em calendários, na cerâmica
De mármore, na arguta suspensão
Do rosto, p’las veias loucas do marfim…
Na planície, sinistras mãos vazias
Erram entre o cascalho abandonado;
Cantam como só os loucos cantar sabem.
Sem comentários:
Enviar um comentário