Aparências 2 – A vitória francesa de Sarkozy
A vitória de Sarkozy desencadeou o protesto dos sectores mais radicais e ligados às crises dos «banlieues». Tenta-se colar ao novo presidente francês uma imagem de racista e de inimigo dos imigrantes, a partir da sua acção como Ministro do Interior. Mas esta operação serve para esconder as reais dificuldades do problema e esquece de sublinhar a realidade mais transparente: Sarkozy é ele próprio filho de imigrantes, vindos da Hungria, salvo erro. Esconde ainda que muitos imigrantes de origem portuguesa foram apoiantes e até responsáveis pela candidatura de Sarkozy.
O que está a ser escondido é o problema das diversas origens da imigração, da sua diversidade cultural e da forma como as segundas e terceiras gerações se integram ou não na cultura de acolhimento. Este é o verdadeiro choque e pouco tem a ver com pobreza e segregação, por muito que isto custe a alguns. Não é um problema de luta de classes, mas de conflito cultural acentuado. Os portugueses sabem muito bem como foram tratados quando chegaram a França. Não viviam nos «banlieues», viviam nos «bidonvilles», eram pobres e certamente passaram momentos muito duros. No entanto, havia uma proximidade cultural e isso permitiu fazer dos portugueses gente bem sucedida em França.
Relativamente às eleições francesas, vale a pena perguntar em que país ocidental, exceptuando os EUA, seria possível eleger Presidente da República ou primeiro-ministro, no caso das monarquias, um filho de imigrantes? Alemanha? Inglaterra? Espanha? Itália? Portugal?
O que está a ser escondido é o problema das diversas origens da imigração, da sua diversidade cultural e da forma como as segundas e terceiras gerações se integram ou não na cultura de acolhimento. Este é o verdadeiro choque e pouco tem a ver com pobreza e segregação, por muito que isto custe a alguns. Não é um problema de luta de classes, mas de conflito cultural acentuado. Os portugueses sabem muito bem como foram tratados quando chegaram a França. Não viviam nos «banlieues», viviam nos «bidonvilles», eram pobres e certamente passaram momentos muito duros. No entanto, havia uma proximidade cultural e isso permitiu fazer dos portugueses gente bem sucedida em França.
Relativamente às eleições francesas, vale a pena perguntar em que país ocidental, exceptuando os EUA, seria possível eleger Presidente da República ou primeiro-ministro, no caso das monarquias, um filho de imigrantes? Alemanha? Inglaterra? Espanha? Itália? Portugal?
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