01/05/07

Cardílio - IX

Na tarde quente e calma, na suave
Melancolia do tempo esperançoso
Havia no aveludado das searas
Um rosto belo, branco e caloroso.

Onde está a luz de teus olhos castanhos,
O negro do cabelo solto ao vento?
Avita tudo a terra te levou,
Só o nome o tempo frio te não roubou.

Na seiva mansa e árdua que na tarde
Corre, há frutos azuis, gestos macios
Que inundam o precário desconcerto

Onde mulheres ávidas de amor
Ao amor logo se dão, tristes, rendidas,
Do cruel fado e da morte desprendidas.

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