16/05/07

Cardílio - XXI

Por essa lei, Cardílio, um mundo vinha
Sobre a paisagem, frutos maturavam
Na lenta pulsação das verdes árvores,
Que em Agosto sorriam pela canícula.

Regias os dias, as noites, com imóvel
Mão. Uma ordem ao mundo vinha, sôfrega,
Inclemente, dorida e pura como
Uma canção no estio silenciada.

Os carros foram, longe é a sua casa,
E ninguém quer as árvores plantadas
Nos teus jardins. Restou-te o parco nome,

Tesselas de mosaico, dizem, ânforas
Perdidas, vidros, mármores e um deus
Vivo na nitidez da branca estátua.

1 comentário:

jlf disse...

"e um deus vivo na nitidez da branca estátua"... (sublinhei)