Loureiro do Santos - A alta dos recursos essenciais e os seus efeitos estratégicos
Só se dá conta da natureza estratégica dos recursos essenciais à vida humana e ao funcionamento das sociedades, quando é difícil ter-lhes acesso. Isto acontecerá em situações de escassez objectiva desses bens e/ou como consequência de atitudes, intencionais ou não, que fazem deles bens difíceis de obter, por causa do seu elevado custo.
É a situação actual. Com a alta dos bens alimentares, foi atingido o núcleo das razões puras e duras dos conflitos e das guerras abertas, já que a percepção do perigo existencial é imediata e não diferida. A fome pode originar movimentações turbulentas de contestação dos governos, fortes pressões migratórias, roturas nos Estados mais frágeis, ascensão dos extremismos (religiosos ou laicos), implantação de regimes autoritários (nazismos e fascismos), guerras civis e graves conflitos internacionais.
(…)
A escassez, objectiva ou provocada, de bens essenciais pode agravar particularmente a situação dos países aos quais os grandes beneficiários e promotores da globalização ultraliberal impuseram a monocultura para exportação, agora a braços com insuficiências de bens alimentares, que não têm dinheiro para comprar. Assim como a dos países europeus, como Portugal, que desmantelaram a sua produção própria (em pescado e produtos agrícolas), esquecendo-se da natureza estratégica destes bens e não cuidando de garantir uma auto-suficiência mínima, não apenas mas principalmente no domínio alimentar, como alguns alertaram atempadamente, a propósito do modo como deveria ser encarado o nosso posicionamento na União Europeia.
Sejamos realistas. Na arena internacional, cada país cuida de si, assegurando os respectivos interesses vitais. Ou alguém julga que, em situação de grave insegurança alimentar generalizada, algum país nos matará a fome, deixando os seus cidadãos na penúria? [General Loureiro dos Santos, "A alta dos recursos essenciais e os seus efeitos estratégicos". Público de 12 de Maio de 2008]
É a situação actual. Com a alta dos bens alimentares, foi atingido o núcleo das razões puras e duras dos conflitos e das guerras abertas, já que a percepção do perigo existencial é imediata e não diferida. A fome pode originar movimentações turbulentas de contestação dos governos, fortes pressões migratórias, roturas nos Estados mais frágeis, ascensão dos extremismos (religiosos ou laicos), implantação de regimes autoritários (nazismos e fascismos), guerras civis e graves conflitos internacionais.
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A escassez, objectiva ou provocada, de bens essenciais pode agravar particularmente a situação dos países aos quais os grandes beneficiários e promotores da globalização ultraliberal impuseram a monocultura para exportação, agora a braços com insuficiências de bens alimentares, que não têm dinheiro para comprar. Assim como a dos países europeus, como Portugal, que desmantelaram a sua produção própria (em pescado e produtos agrícolas), esquecendo-se da natureza estratégica destes bens e não cuidando de garantir uma auto-suficiência mínima, não apenas mas principalmente no domínio alimentar, como alguns alertaram atempadamente, a propósito do modo como deveria ser encarado o nosso posicionamento na União Europeia.
Sejamos realistas. Na arena internacional, cada país cuida de si, assegurando os respectivos interesses vitais. Ou alguém julga que, em situação de grave insegurança alimentar generalizada, algum país nos matará a fome, deixando os seus cidadãos na penúria? [General Loureiro dos Santos, "A alta dos recursos essenciais e os seus efeitos estratégicos". Público de 12 de Maio de 2008]
1 comentário:
Vem aí ainda mais «mau tempo no canal»...mas, enfim, como estou com muito boa disposição, direi que todas as crises se ultrapassam. SE calhar é desta que passamos a comer mais couves em lugar de arroz...como muito bem faziam os nossos antepassados. Aliás, cada vez há mais hortas pelo país-cidades fora...
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