Significantes sem significado
Há muito tempo que deixei de compreender a utilidade de certas proposições utilizadas pelos políticos. Por exemplo, o dirigente do CSD-PP, Hélder Morais, veio dizer que é preciso libertar Lisboa do governo socialista, ao que acrescentou que sempre que houve um govermo de direita em Lisboa, a cidade esteve melhor. Eu nem sequer pretendo que ele demonstre empiricamente as suas proposições. Nem tão pouco espero que as argumente. São crenças que valem tanto como as suas contrárias, isto é, nada. Mas em vez de utilizar este tipo de língua-de-pau, seria melhor que os políticos só falassem quando tivessem qualquer coisa para dizer. Neste caso, o brioso dirigente centrista poderia explicar como a sua coligação vai transformar Lisboa numa coisa melhor do que é. Toda este gente sofre de um verdadeiro equívoco, pensa que existe por falar. O silêncio, porém, estaria muito mais de acordo com a essência destes protagonistas, a nulidade política. Quando falam, para utilizar a terminologia de Ferdinand de Saussure (uma autoridade cai sempre bem), o que lhes sai da boca não passa de um significante sem significado, ou, numa aproximação mais medicinal, um flato.
1 comentário:
Ora bem. O Saussure dar-me-ia razão (invocar uma alta dignidade fica sempre bem) por me manter contrariamente firme em recusar o meu voto a tal gente. E recuso-o a todos. Garanto que se se fizesse greve ao voto nestas eleições, se ninguém fosse votar mesmo, muita coisa iria mudar.
Enviar um comentário