09/02/09

Façamos de conta

Muito bem, Mário Crespo. Façamos de conta, então. Façamos de conta que Portugal é um país. Façamos de conta que Portugal possui uma elite política. Façamos de conta que não nos faltam estadistas. Façamos de conta...

1 comentário:

Alice N. disse...

De facto, um texto brilhante! Não está lá tudo, mas encontramos ali muito do que mancha e devia envergonhar este governo (houvesse vergonha, é claro). Por muito menos, foi dissolvida a Assembleia da República, no tempo de Santana Lopes, e sensatamente se acabou com um governo de má memória. Tenho certeza que, se tudo isso se tivesse passado com um governo de outro partido, não faltariam acusações de "fascismo", "totalitarismo" e outros "ismos" pouco abonatórios. Mas, perante os sucessivos escândalos e atropelos à democracia praticados por este governo (para não falar de opções políticas absolutamente ruinosas), quase ninguém reage. Tudo parece normal. Reina uma paz quase total (só as malditas "corporações" é que teimam em estragar a concórdia nacional). Para coroar isto tudo, o maior e mais descarado faz-de-conta: que somos governados por um partido de esquerda e que são de esquerda as suas políticas. Se essa mentira não fosse de uma desfaçatez tamanha, dava para rir (ou eu tenho uma ideia errada do que é a esquerda).

Por mais que tente, não consigo compreender este país. Quando sairemos deste entorpecimento colectivo? Não há-de ser tão cedo, até porque a escola não está a ensinar os jovens a pensar (ainda há uns excêntricos que tentam e insistem em infernizar a vida aos meninos, mas estão em vias de extinção). Continuaremos, pois, a ter cidadãos passivos, cordeirinhos comme il faut. A bem do patriótico faz-de-conta nacional.