28/02/09

Moisés David Ferreira - Reencontro X

no compasso das mãos,
a intermitência
de um naufrágio
surpreendentemente compacto e claro.
ainda que a distância se feche,
e o vento
se cubra de insensatas multidões,
uma fronteira abalará
desde o âmago
a lápide do tempo.
onde mar e ouro se tocam,
e o sal
restitui à língua o impossível,

a indómita viagem
florescerá do infortúnio.

1 comentário:

maria correia disse...

maravilhoso. «onde o mar e o ouro se tocam»...lá, onde o impossível nos é restituído. Belíssimo poema.