27/02/09

Moisés David Ferreira - Reencontro IX

de pulsos colados
à cópula das sombras, desço
das estações,
este confabulatório frio o decalque
do sangue no rigor mais íntimo
da escuridão.
sem cálculos,
à primeira pedra
guardo o detalhe,
os milénios, a confissão
de mínimas metamorfoses,
uma promessa de velocidade a engolir
no fogo a temperatura da ruína.
acompanhando a trajectória
demorada do súbito projéctil,
a voz
donde retirara a boca
parece entrar-me no corpo pela espinha,
como se procurasse
atingir-me na medida mesma
em que das minhas vísceras
a pedra se soltara tendo como
destino a minha própria imagem presa
à superfície convulsiva do meu nome.

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