Se um anjo tivesse o teu nome
Edward Hopper - Barn and Silo, Vermont (1927)
Se um anjo tivesse o teu nome,
e no celeiro guardasse a colheita,
que palavras terias para me dizer,
agora que nada sabes do vento?
Estou cansado de tanta figuração.
Nada guardo nos silos da história,
e esqueci um a um os nomes que te dei,
quando em mim ainda havia a tua luz.
Entro por ali e fico na penumbra,
a pensar nas coisas que se pensam
quando chega a hora de partir:
um joelho inflamado, a voz rouca,
um livro esquecido na memória.
Há coisas que são assim, sem concerto:
o velho barco preso ao cais,
os dias de chuva em que não nos cruzámos,
aquelas rosas de cinza esquecidas,
o grito que sufoquei ao partir.
Se um anjo ainda tivesse o teu nome,
nada no celeiro guardaria.
Ficava apenas no ar a lepra, a gangrena,
a lâmina fina da minha pele ulcerada.
e no celeiro guardasse a colheita,
que palavras terias para me dizer,
agora que nada sabes do vento?
Estou cansado de tanta figuração.
Nada guardo nos silos da história,
e esqueci um a um os nomes que te dei,
quando em mim ainda havia a tua luz.
Entro por ali e fico na penumbra,
a pensar nas coisas que se pensam
quando chega a hora de partir:
um joelho inflamado, a voz rouca,
um livro esquecido na memória.
Há coisas que são assim, sem concerto:
o velho barco preso ao cais,
os dias de chuva em que não nos cruzámos,
aquelas rosas de cinza esquecidas,
o grito que sufoquei ao partir.
Se um anjo ainda tivesse o teu nome,
nada no celeiro guardaria.
Ficava apenas no ar a lepra, a gangrena,
a lâmina fina da minha pele ulcerada.
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