30/05/09

Uma sombra negra


Como sempre tornei público não sou cavaquista, nunca votei em Cavaco Silva e já disse coisas politicamente pouco agradáveis sobre ele. Sinto, porém, um enorme nojo pela campanha, uma campanha feita de forma insidiosa, que parece estar a fazer-se contra a sua honradez, aproveitando o caso BPN. Se politicamente não partilho dos pontos de vista do Presidente, se inclusive não o acho com uma visão do mundo suficientemente alargada para a função que desempenha, nunca me passou pela cabeça pôr em causa a dignidade e a honradez da primera figura do Estado. Cavaco Silva representa uma coisa muita desagradável para certos sectores políticos: é um homem honrado e com um currículo limpo, sem rabos de palha que o misturem na ganga que hoje parece ter tomado conta desses sectores . No fundo, há uma mensagem que está a ser passada subliminarmente: é tudo a mesma coisa, nem o Presidente é diferente, portanto, como todos são pecadores... Isso não é verdade. Mas quem ganha com esta tentativa de denegrir a imagem de Cavaco Silva? Portugal está a tornar-se um sítio muito perigoso, demasiado perigoso, um sítio onde a democracia corre riscos muito grandes, apesar de, em aparência, funcionar. O medo instala-se em muitos sectores da população e parece que há agentes políticos que não olham a meios para alcançarem fins. Um maquiavelismo saloio, aprendido nas universidades ou em alguma "jota" partidária, está a corroer a vida democrática. Uma sombra negra começa a cobrir Portugal.

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