Metamorfoses III
soubera eu a verdade
e talvez me sentasse naquela mesa
a olhar as auto-estradas
tão vazias vão elas no seu caminhar
se alguém me falasse
– uma mulher outrora ardente –
eu ficaria ali
e extasiado riria
como se tivesse febre
ou uma palavra me partisse um dente
sou de todas as cidades que não habito
apenas estrangeiro me sinto
naquela que me coube
e ando de coração rasgado
por todas as casas onde não vivi
glória nas alturas digo então
se olho da terra abstracta
e vejo como cavaleiros esvoaçantes
os prédio de vidro e betão
que de tão leves e frios
se erguem ambulantes do chão
soubera eu a verdade
e não haveria mesa onde me sentasse
apenas uma estrada
e por ela iria
para não mais caminhar
e talvez me sentasse naquela mesa
a olhar as auto-estradas
tão vazias vão elas no seu caminhar
se alguém me falasse
– uma mulher outrora ardente –
eu ficaria ali
e extasiado riria
como se tivesse febre
ou uma palavra me partisse um dente
sou de todas as cidades que não habito
apenas estrangeiro me sinto
naquela que me coube
e ando de coração rasgado
por todas as casas onde não vivi
glória nas alturas digo então
se olho da terra abstracta
e vejo como cavaleiros esvoaçantes
os prédio de vidro e betão
que de tão leves e frios
se erguem ambulantes do chão
soubera eu a verdade
e não haveria mesa onde me sentasse
apenas uma estrada
e por ela iria
para não mais caminhar
1 comentário:
Como é belo este poema! Mais uma vez, terrível e dolorosamente belo...
Que nos doa ou nos faça sorrir, nunca nos falte Poesia, porque enquanto houver Poetas, por todo o lado veremos palavras florir e nunca no mundo teremos nem estradas nem cidades nem almas vazias...
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