Metamorfoses IV
esses eram os tempos onde pairava
suspensa sobre a multidão
a cornucópia da abundância
saíamos pelas ruas e bebíamos vinho novo
não havia na pedra a feroz geometria
nem se pronunciava a palavra futuro
ou de deus se sabia a perpétua perdição
tudo era uma noite incendiada
se íamos de bar em bar
líamos versos ao acaso
e tu dançavas – pés exaustos
saia itinerante –
e eu cantava o rumor que da lua havia
sobre a paisagem de pedra
ali mesmo
na fronteira – dizias –
onde se esmagava cada um
daqueles tão pobres dias
Sem comentários:
Enviar um comentário