O esquecimento da Europa
Os presidentes da CIP e da AIP acusam candidatos de não discutir a Europa na presente campanha. Não se pense, porém, que esta opinião vem apenas dos sectores empresariais. Da esquerda, a voz insuspeita de Manuel Alegre diz o mesmo. Na verdade, nós nunca nos sentimos lá muito europeus. O devaneio colonial flectiu o nosso olhar e inclinou-nos para o mar. Quando o tempo colonial terminou, a Europa foi a solução de continuidade para a nossa vida política. Passado o entusiasmo inicial e os milhões que permitiram "modernizar" o país e enriquecer alguns sectores mais ousados, ou com menos escrúpulos, o incómodo com a Europa lá voltou. Os candidatos não discutem coisas que acham ociosas e a Europa talvez surja aos olhos de muitos portugueses como assunto ocioso. Os candidatos preocupam-se antes em discutir a mercearia nacional, cuidando que isso lhes traga mais votos e de votos é que eles vivem.
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