Metamorfoses XXII
estão podres as maçãs
e a poeira acumulou-se na biblioteca
um cristo cansado olha-me da desolação da cruz
e todo o seu silêncio embaraçado
parece a longa confissão de quem perdeu a luz
os adolescentes adolescem lá fora
e carregam nas hormonas a dor que deus lhes deu
gritam correm berram silvam
pois o corpo pesa-lhes na leveza do vazio
a que dantes chamavam alma e agora cio
vou deixar as sombras flutuar
e contar as mãos não vá ter perdido alguma
agarro uma velha camisa esburacada
onde esboço para deus o itinerário
e descubro uma ponte há muito cortada
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