09/05/09

O país do medo


Manuela Ferreira Leite disse, no almoço comemorativo dos 35 anos do PSD, que hoje se vive de novo um clima de medo em Portugal. Medo de perder o emprego, medo de perder o negócio. Será pena que os portugueses julguem que esta denúncia de inscreve apenas no quadro da luta partidária. Não inscreve. O que a líder do PSD diz começa a ser o retrato de um país sufocado e subjugado pelo poder. Se olharmos para as escolas, por exemplo, descobrimos que, assim que o novo modelo de gestão estiver em vigor, não haverá professor que faça uma crítica ao director escolhido, à gestão da escola, aos modelos pedagógicos em vigor, à qualidade científica do que se faz. As escolas, mas estas são apenas um exemplo do que se passa nos resto das instituições, vão ser o lugar de um corpo docente domesticado, medroso, de joelho dobrado pelos novos poderes instituídos. Mais, em breve, todos esses poderes estarão controlados pelas câmaras municipais. A liberdade de ensino está moribunda em Portugal. O Partido Socialista não teve o mínimo pejo de fazer isto na educação. Nem um estremecimento perpassou naquelas consciências. Quando o corpo docente deixa de ser constituído por homens e mulheres livres, como poderão os professores formar, modelar com o seu exemplo, os futuros homens e mulheres livres? E se as novas gerações não são formados no exemplo da liberdade, que país e sociedade livre e responsável se espera para o futuro? Mas as escolas são apenas um exemplo, repito. É provável até que a Dr.ª Manuela Ferreira Leite nem perceba a profundidade do mal que se está a instalar no país.

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