Metamorfoses I
pela afiada esquina onde se desfaz o tempo
sopra um ardor de fuligem branca
e os povos esquecidos da transumância
ganham asas e cantam ao fim da tarde
onde havia fantasmas de seda
e rebanhos de metal
há agora um presépio de origami
sentado espero que o cansaço vá
e sou todo eu citadino
e se vejo o ronco azul de um carro
viro os olhos
e dobro uma folha de papel
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