22/05/09

Que saudades...


Ao tempo que não falava deste símbolo do regime. Que saudades... Também é verdade que a senhora ministra da Educação tem andado calada. Mas agora, não sei por que razão, a senhora decidiu oferecer-nos alguns dos seus pensamentos.

Por exemplo, vem dizer-nos que a avaliação de professores é uma reforma ganha. Eu estou de acordo com a senhora ministra. O ME soube recuar naquilo que era para ele acessório (a qualidade do ensino e o aproveitamento real dos alunos) e manter o essencial (avaliar os professores pelo trivial: a relação com a escola, a relação com a comunidade, etc.). A senhora ministra tem razão. Este tipo de avaliação está em vigor e será este modelo que irá permanecer no futuro, com mais ou menos negociações com os sindicatos, com mais ou menos alterações. O essencial pretendido pelo ME está alcançado. A escola será mais trivial e o ensino será pior. A avaliação de professores encarregar-se-á de que isso aconteça. Em termos futebolísticos, poderemos dizer: ME 1 - Ensino em Portugal 0.

A senhora ministra também veio dizer que, apesar dos muitos percalços, a distribuição a esmo dos Magalhães foi uma boa medida. Mais uma vez, não esclareceu para quem? Para o ensino em Portugal? Para a cultura cívica e a formação de homens livres? Para a propaganda do Partido Socialista? Como já estamos a descobrir, a distribuição de Magalhães vai ter um efeito idêntico a certos fundos europeus que foram distribuídos pela formação profissional. Essa excelente medida também teve resultados brilhantemente a tender para o zero absoluto. Resultado final: ME (e da propaganda) 2 - Ensino em Portugal 0.

1 comentário:

Alice N. disse...

Resumindo: o M.E. ganhou, mas todo o país perdeu. Não nos inquietemos, pois enquanto houver um "ensino" de brincadeira, magalhães para distribuir e diplomas das novas oportunidades para oferecer (o que me contam sobre o assunto é aterrador e vergonhoso), o povo continuará contente e aplaudirá as generosoas políticas educativas. Há honrosas excepções, é claro, e que mereciam uma boa escola pública. Só há um remédio: fuja quem puder!