Metamorfoses V
como são silenciosas as cidades futuristas
todas elas feitas de passado
e a memória que trazem
– no estirador do arquitecto –
é a de um futuro aberto
a terra arcaica onde se sonha
a cicatriz na clareira do rosto
como são silenciosas as cidades futuristas
todas elas papel e carvão
um rasto de carbono
dois traços de sílica
e um rio de acrílico
a nascer em colinas de betão
no silencioso silêncio do futuro
tenho um espelho onde me revejo
a carne aberta o peito dilacerado
e no lugar do coração
um relógio atrasado
1 comentário:
Gostei das metamorfoses.
E registei:
"tudo era uma noite incendiada"...
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