Metamorfoses XIV
foi assim que encerrei o ciclo das cores
deitado no chão e comendo a poeira
ou bebendo a água estagnada nas ruas
inventei um universo de vidro
e em todas as chagas fiz jorrar o álcool
para poder gritar enquanto olhava
a cidade carbonizada pelo esquecimento
nada sei do plástico destas cadeiras
nem da estrutura atómica da melancolia
caminho de mão estendida
mas o olhar nunca foca um horizonte
acumulei tanta sabedoria
para agora vir proclamar o esquecimento
entre pequenos incêndios que alastram
e uma precária paixão tardia
1 comentário:
Imagens poderosíssimas... e, com elas, uma torrente de emoções. Este poema é divino!
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