19/05/09

Metamorfoses XIII

Sofía Madrigal - Gruas (1998)

as gruas perdidas pela cidade
ó ruínas de um tempo que anoiteceu

houve um dia que os homens amaram
o ferro e o aço
e sonharam vulcões
onde construíram a eternidade
ao som de uma fanfarra de metal

mas o patíbulo chegou
e os corpos balançam agora
nus e hirtos
em gruas esquecidas
a entupir o trânsito
à hora de ponta matinal

não se fale mais em extinção
nem se pronuncie a palavra
que esquecemos

que os corpos baloicem
ao vento
e como cristo
os mortos aos mortos deixai

Sem comentários: