01/04/07

Os meus maiores portugueses

Agora que o concurso do maior português acabou, como sou um bocado serôdio, vou escolher os meus melhores portugueses. Não é um, são 15. E em vez de votar, vou explicar por que motivo os escolho. Tirando Afonso Henriques, por ter sido o primeiro, todos os outros vêm segundo o acaso.


D. Afonso Henriques, porque foi o primeiro e ao querer ser rei, fez de nós portugueses, para o bem e para o mal.
Luís de Camões pela minha língua, pela épica, mas mais do que todo o resto pela lírica.

O Marquês de Pombal, apesar daquele tique para o torcionário, pelo que fez pelo país, pela Lisboa pombalina e pelo vinho do Porto.
Pedro Hispano ou Pedro Julião ou João XXI. Por ter sido Papa, o único português, pela medicina e pela filosofia.

Rainha D. Leonor, pelas misericórdias. Chegaram até hoje.


Fernando Pessoa, só ele é já um povo. E pela minha língua, e pelo Caeiro, e pelo Reis, e pelo Campos, e pelo Mora, e pelo Soares, e pelo Guedes, e por todos eus que ele teve...

D. Dinis, pelo pinhal de Leiria, ainda está aí, pela poesia, por outras folias, e pela Universidade.

Amália, pela voz, pelo sentimento singular de ser português.

Infante D. Henrique, pelo mar aberto, pelas viagens espantosas, pelas caravelas, pela capacidade de lançar mãos a uma aventura desmedida.

Mário Soares, pela liberdade, por se ter enganado muitas vezes, mas nunca no essencial, pela ilusão que me deu de poder ser europeu. E porque ninguém, incluindo este blogger, é perfeito.

Maria Helena Vieira da Silva, pela pintura, por aquela extraordinária biblioteca...
Vasco da Gama, pelo caminho marítimo para o mundo. Um dos primeiro grandes globalizadores, gostemos ou não da coisa.

José Saramago, pela língua portuguesa, pela forma extrordinária como o português se renova na sua escrita, mesmo que o conteúdo, muitas vezes, me desagrade.

D. Pedro I, pela Inês. Ter dotado um povo de um mito amoroso basta para fazer de D. Pedro um dos maiores portugueses.

Amadeo de Souza Cardoso, pela pintura, por ser verdadeiramente europeu do ponto de vista da arte. Quase um Fernando Pessoa da pintura.

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo lusófono, gostei muito de seu blogue. Principalmente de seu panteão português. Sabe, é inevitável ver nele um pouco de meu povo, o brasileiro.
Abraço.
Adriano de Almeida.

Anónimo disse...

Amigo lusófono, gostei muito de seu blogue. Principalmente de seu panteão português. Sabe, é inevitável ver nele um pouco de meu povo, o brasileiro.
Abraço.
Adriano de Almeida.