10/04/07

Amigos

Martens [Ferrão] nunca quis fazer revolução nenhuma. Como contou ao rei, o seu primeiro passo, depois de incumbido de formar governo, foi contactar António de Serpa e José Luciano, chefes nominais de Regeneradores e Progressistas, a quem «expus longamente todo o meu pensamento», e pediu que o apoiassem com os seus «amigos políticos» na «organização do gabinete e na solução dos assuntos externos». E quando, a 6 de Outubro, desistiu de presidir a um gabinete, fê-lo porque se convenceu de que os «partidos faltaram ao compromisso tomado perante Vossa Majestade». De facto, Lopo Vaz recusou-se a abdicar do seu «testamento ministerial» de 2 de Outubro, as «dezasseis colunas do Diário do Governo» em que distribuiu 500 empregos pelos amigos, e que José Luciano não queria aceitar. José Luciano, pelo seu lado, exigira uma partilha das autoridades administrativas (administradores de concelho, governadores civis, etc.) entre os partidos. [Rui Ramos, D. Carlos]
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Estávamos em 1890. Nem vale a pena comentar. Querem começar a perceber o salazarismo e a sua aceitação no tecido social? Comece-se, então, pela monarquia constitucional antes de se entrar na I República.

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