04/04/07

O engano do Conselheiro Pinto Monteiro

O procurador-geral da República, Dr. Pinto Monteiro, na contraproposta à lei da política criminal apresentada pelo governo, veio propor o tratamento prioritário dos actos de violência nas escolas contra professores ou funcionários. Sobre isto vale a pena referir o seguinte:

1. Parece que Pinto Monteiro percebe a gravidade da situação. Não é, como se poderá pensar, um tratamento de excepção, mas o reconhecimento, por parte do procurador-geral, da importância dos profissionais da educação no âmbito da comunidade nacional. É na escola que se estabelecem os fundamentos do viver em comum, é ali que se formam os cidadãos, é ali que permanece viva a chama da construção duma comunidade chamada Portugal. É ali, também, que se constroem os fundamentos da nossa soberania. O desrespeito e a violência contra professores e funcionários escolares são graves sintomas do estado patológico em que se vive. Alguém, porém, parece perceber a gravidade da situação.

2. Mais uma vez, agora por omissão, o governo mostra o seu mais profundo desprezo, para não dizer o seu enraizado ódio, pelos professores e outros agentes escolares. Foi preciso vir alguém da área da magistratura para chamar a atenção para aquilo que o governo, há muito, deveria estar atento. É um facto, porém, que não podemos acusar a equipa de José Sócrates de incoerência. Pelo contrário, desde a primeira hora, tem sido bastante clara uma política de desprezo, desconsideração e humilhação dos professores, a qual tem vindo a desprestigiar a profissão e o papel social do professor. Quem tem feito isto, quem tem dito que toda essa política é uma grande e corajosa conquista do governo, como lhe poderia ocorrer tratar na justiça e ainda como assunto prioritário as bem merecidas lambadas que uns reles professores andam a levar por esse país fora.

3. O Conselheiro Pinto Monteiro é que não percebeu o fundo da questão. Precisa de umas aulas de pedagogia moderna e fazer um mestrado em ciências da educação…

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