23/04/07

Cardílio - II

Ruínas, ervas, noites deserdadas,
Sonhados sonhos, âncora que a morte
No tempo sempre arvora. Pedras vãs,
Ruas de palha ao tormento abandonadas.

No pó que agora tudo em si recolhe
Há vidros de sol e água, breves nuvens
De ardósia, ervas rasas, velhas lágrimas
Que teus olhos cansados derramaram.

Tudo se desvanece no olvidado
Mundo: razões distintas ou verdades
Falazes. Tudo é pedra, tudo é nada.

Só ficaram murmúrios dos teus gritos
Surpresos pelo sol da madrugada.
Ruínas sonhos são nunca sonhados.

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