27/04/07

Cardílio - VI

Havia aldeias de pó, casas de espuma,
Animais de cabeça incendiada.
De vento e som que imagens desse tempo
Na distância ficaram soterradas?

Foram-se os meses, dias foram também.
Tudo se foi tão rápido. Os rios trémulos
Abandonaram-se à foz e o silêncio
Da noite entre colinas logo avançou.

Na flecha da memória há uma seta
De cristal, um revérbero de cinza,
A luz branca e animal. Lâmina fria

Em tua cabeça cai. Pesados ombros
Ao feroz peso d’água tão vergados,
Sois sombra leve ou lâmpada apagada?

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