22/04/07

Cardílio - I

A poeira os verdes campos cobre
E o rio entre salgueiros se despede
Das noites onde frágeis as mulheres
Ao cansaço do amor graves se entregam.

Os risos entre tílias, luz sonora
Que ilumina a furtiva solidão,
São barcos solitários que no rio,
Entre esquecidas mágoas, te despedem.

Tudo em teu horizonte já fenece
E no rio levedado abrem-se pássaros
De azul incendiados. Tempo breve,

Que em teu severo andar ruínas ergues,
Das pedras fazes cinzas, e dos dias
Nem a gasta lembrança já fria resta.

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