Não, não é de Portugal que escreve...
A verdade é que tais adoradores e amigos desses deuses, dos quais se comprazem em ser imitadores até no crime e na depravação, não têm a menor preocupação em que a república seja má e corrompida. «Contanto que ela se agente, contanto que floresça atulhada de abundância gloriosa em vitórias ou - o que ainda é melhor - se mantenha numa paz firme, que nos importa o resto? O que acima de tudo interessa é:
- que cada um aumente cada vez mais as suas riquezas;
- que estas cubram as prodigalidades diárias com que o poderoso conserva submisso o débil;
- que os pobres, procurando encher a barriga, estejam dispostos a agradar aos ricos;
- que sob a sua protecção disfrutem duma pacífica ociosidade;
- que os ricos abusem dos pobres, aumentando assim a sua clientela para serviço do próprio fausto;
- etc., etc., etc.
[Santo Agostinho, A Cidade de Deus, cap. XX]
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