04/03/07

Manuel Bento, alguns outros guarda-redes e não só

Nestes dias, devido à parca maldita, tem-se falado de Manuel Bento como um dos melhores guarda-redes portugueses de todos os tempos. Jaime Pacheco refere mesmo que foi o melhor que encontrou, ele que jogou com o Vítor Damas e o Vítor Baía. Estas contabilidades são sempre difíceis de fazer. Os tempos são diferentes, o trabalho físico e técnico vai-se transformando, aquilo que o conhecimento e a metodologia de treino conseguem tirar de um jogador actual é muito diferente do que se conseguia fazer há apenas 10 anos. Como se poderão comparar jogadores dos quais já não há quase memória. Quem foram os grandes guarda-redes dos anos 30 e 40, mesmo dos anos 50?

Para mim Manuel Bento foi o último guarda-redes do Benfica. Depois dele já não consigo associar o nome do jogador e o clube. Talvez o belga Preud’homme ainda seja o nome mais significativo. Os outros, quem são os outros? Não sei, ou, melhor, nem quero saber. Mudam tanto e tão rapidamente que a memória mal os retém. Para mim o guarda-redes do Benfica será eternamente o Costa Pereira. Este representa, na minha memória, o arquétipo de todos os guarda-redes do meu clube. Foi o melhor? Não. Lembro dele um frango monumental na primeira final europeia, de muitas, que o Benfica perdeu, já não recordo se contra o Inter, se contra o Milan. Mas Costa Pereira era o monstro sagrado das redes da Luz, nessa longínqua infância em que despertei, através de meu pai, para o futebol e para o Benfica. Os melhores jogadores, na minha imaginação, são todos daquela época: Costa Pereira, Germano, Cavém, Santana, Coluna, Jaime Graça, José Augusto, Simões, Torres e Eusébio. Não há, no mundo, melhores jogadores do que estes. Eu sei, eu sei que isto é injusto. Basta referir os nomes de Figo e de Cristiano Ronaldo para mostrar quão enviesado é o meu imaginado gosto.

Depois do Costa Pereira, o guarda-redes do Benfica foi o José Henrique. Só após este chegou o Manuel Bento. Mas não foi o primeiro, foi o último. A partir dele já tinha crescido o suficiente para perceber que os futebolistas eram mortais e que os seus feitos eram muito mais imaginários do que reais. O futebol só tem sentido no espaço ingénuo da infância e da adolescência, nesse momento em que podemos acreditar em tudo. Quando se perde a inocência, o futebol, enquanto jogo de aventuras e realização de feitos divinos, desaparece. Ou a razão mata o encanto imaginário do jogo, ou o fanatismo clubista destrói a ingenuidade que nos fazia acreditar e ter fé naqueles rapazes. Hoje em dia que interesse poderá ter, para mim, o futebol? Nenhum, pois não passa de um jogo de rapazes, onde muitos jogadores, talvez a maioria, tem tão pouca idade, que poderiam ser meus filhos, como se costuma dizer. São profissionais, é certo, mas não passam de rapazolas.

Por falar em guarda-redes, refira-se que isto do Costa Pereira ser o meu guarda-redes do Benfica também se propaga a outros clubes. O Sporting terá sempre na baliza o Carvalho, o Porto, o Américo, a Académica, o Maló (esse mesmo, aquele que foi o primeiro a defender um “penalty” marcado pelo Eusébio), o V. de Guimarães, o Roldão, o V. de Setúbal, o Vital e depois o Mourinho (o pai do treinador do Chelsea), o Atlético, o Botelho, o Belenenses, o José Pereira. Há clubes que nos anos 60 estiveram na 1.ª divisão e cujos guarda-redes caíram no esquecimento, pelo menos no meu. Quem teriam sido os guarda-redes da CUF e do Barreirense? Do Leixões a memória traz-me o nome do Rosas (será?). Do Varzim, era o Benje. E do Sp. de Braga, que na altura tinha um avançado argentino (?) extraordinário, o Perrichon, quem seria o guarda-redes? À memória vem o nome de Armando. Será possível? Estes são os meus guarda-redes. Todos eles pertencem ao mundo encantado da infância e da adolescência. O Bento pertence já ao período final e ao meu tempo de entrada na idade adulta. Por isso, é o último dos guarda-redes do Benfica. Mesmo que seja o melhor.

Uma nota final sobre aquilo que se passou no estádio do Dragão aquando do minuto de silêncio em memória do Bento. Segundo li, parece que a falta de respeito foi total. Este fenómeno não é novo. Porém era impensável há 30 anos. Em 1977, estava a cumprir serviço militar no Porto e houve uma festa de homenagem ao guarda-redes Rui, que durante muitos anos foi o suplente do Américo, do FC Porto. Eu benfiquista desde sempre, lá fui ao velho estádio da Antas ver o jogo e participar na festa de um portista. Havia rivalidades, mas não havia paranóia, tão pouco havia, nas direcções dos clubes, quem suportasse manifestações deste novo tribalismo. Aquilo que aconteceu no Porto poderia ter acontecido em Lisboa. O que acho insuportável é o discurso que legitima estes comportamentos tribais. Há uma falência de humanidade nesta cultura que tomou conta do futebol. O fenómeno não é apenas futebolístico. O tribalismo urbano é uma das formas pós-modernas de desagregação da comunidade cívica, a substituição da pertença a uma totalidade nacional, pela pertença a micro-comunidades que forjam identidades simbólicas e pactos com a finalidade de enfrentar outras micro-comunidades. O resultado de tudo isto só pode ser a violência e a irracionalidade. Que significará o facto de já nem os mortos merecerem o mero respeito?

34 comentários:

Anónimo disse...

A sua memória, aqui reavivada, é a minha memória. Para mim, Costa Pereira era sempre a confiança e esperança nos êxitos do glorioso. Um portento de guarda redes. Um dia teve aquele azar. Quem os não tem ? Mas isso não significou nada no esplendor deste monstro das balizas. Mas porque é justo, também recordo outros bons guarda redes dos meus tempos de infância, como Rita (Caldas), Pinho (Porto), Carlos Gomes (Sporting), Cristóvão (Académica), Ramim (Académica), José Pereira (Belenenses).

Anónimo disse...

O Guarda redes Rui, começou a evidenciar-se no clube da sua terra, o Grupo desportivo da Mealhada, no início dos anos 60. Era um jogador não muito alto para o lugar de guarda redes, mas muito irrequieto entre os postes, muito elástico e muito seguro. Foi pela mão do Padre António Ferreira Dias (Pároco de Casal Comba - Mealhada e ferveroso adepto do FC Porto), que ele foi para o clube das Antas, creio que por volta de 1964. Quantas vezes o vi brilhar, no Campo Dr. Américo Couto, na Mealhada, na defesa das balizas do GDM. Tempos inolvidáveis.

Anónimo disse...

O Rui veio da Mealhada para as camadas jovens do FC Porto em finais dos anos 50; no escalão júnior fez parte da célebre equipa nacional vencedora do Campeonato da Europa realizado em Lisboa, no ano de... 1961 (Seleccionador David Sequerra e Treinador Pedroto). No referido ano de 1964 era já a sua... terceira época de sénior do FC Porto, sendo sempre lembrado pelo eterno suplente do grande Américo.

Um conselho: escrevam do que sabem... p.f.

Anónimo disse...

O amigo anónimo está, parcialmente, certo em relação ao Rui.

Jorge Carreira Maia disse...

Se o leitor anónimo do comentário de 2 de Outubro tornar a passar por aqui, poderia esclarecer se o Rita que refere é o mesmo que esteve no Benfica e que uma vez levou 4 ou 5 golos de um clube alemão, talvez o Eintracht de Frankfurt ou o Borussia?

Dos outros que refere só me lembro do José Pereira e do Carlso Gomes, mas só de ouvir falar e ver uns posters dele. Não me recordo do Pinho. No Porto, o primeiro guarda-redes que recordo é do Américo e do suplente Rui. Da Académica a minha memória só chega ao Maló.

JCM

Anónimo disse...

Amigos:

O anónimo de «10 de Outubro» dá razão... parcial.

Porquê? O Rui não veio para o FC Porto no final dos anos 50? Não foi campeão europeu de juniores em 1961? No referido ano de 1964 ainda não era sénior? Não foi o «eterno» suplente do Américo? Porque parece evidente que aconteceu isto tudo, não se vê onde esteja a... verdade parcial.

Mais: a exemplo do Américo, que terminaria a carreira em 1970 com lesão grave num joelho, aos somente 31 anos de idade, o Rui também não teve sorte a esse nível sendo fustigado com lesões ao ponto de ser «substituido» durante quási uma década por uma legião de guarda-redes, casos do Frederico, do Vaz, do Armando, do Tibi, do Torres, do Fonseca, etc., etc..

Terminaria a carreira em 1978 após se sagrar, muito justamente, campeão nacional de séniores, com a participação, nos últimos quinze minutos do último jogo com o Braga.

A maior exibição do Rui com a camisola do FC Porto teria sido efectuada no Camp Nou, em 1972, quando num dia do asu aniversário participou na segunda mão do jogo com o Barcelona para a Taça Uefa e que o FC Porto venceria por 1-0, golo de Abel (na primeira mão a vitória também havia sorrido por 3-1, com golos de Flávio (2) e Abel).

O Rui, sabe-se, reside em Gondomar e colabora na formação do FC Porto (treina os guarda redes Iniciados).
Ele próprio pode confirmar a veracidade total (e não parcial) destes «dados».

Um abraço

Anónimo disse...

Amigo JCM


Posters dos que refere. Acho que não, não se utilizavam. Quer chamar-lhe... separatas não é? Mas, estas normalmente eram para equipas (e pintadas porque fotos a côres...).

Arrepiou-me que falasse, mas sobretudo, que desconhecesse quem foi o Pinho.

O Pinho, faleceu há três anos, só, e doente, num Lar, na Rua Antero Quental, por ironia, próximo do... Campo da Constituição.

Foi um valoroso guarda-redes do FC Porto (internacional B e Militar) que sucedeu a Barrigana e foi campeão nacional nas chamadas épocas de «Yustrich de 1955/56» (titular, tendo como suplente o Acúrcio) e de «Bella Gutman de 1958/59» (suplente de Acúrcio, como o era também o Américo).

Deixou o FC Porto em 1959/60, passando a representar o mitico e, quási, saudoso Salgueiros (sucedendo... a Barrigana, por ironia do destino).

Na época seguinte (1960/61) transferiu-se para o Vitória de Guimarães, onde se manteve duas épocas.

Em 1962/63 acabou a carreira no Lusitano de Vildemoinhos (Clube que, penso, que já não existe).

Emigrou para a Venezuela onde se manteve mais de trinta anos, regressando ao nosso país, pobre, só e doente... segundo consta.

Está sepultado no Cemitério de Santa Maria da Feira, sua terra natal.

E mais não quero lembrar...


Um abraço

Anónimo disse...

Amigo JCM


... e mais não quero lembrar, já agora, como quem diz.

Até porque era de uma injustiça tremenda deixar de lembrar que o Pinho também foi campeão nacional pelo FC Porto na modalidade de... andebol de 11, e ainda, na posição de guarda-redes, «repartindo» a baliza com o titularíssimo Madureira (que era agente da PJ).

Suceder-lhe-ia o mitico José Ferra, já falecido, e o Sá Pinto (pai do jogador, ídolo sportinguista... depois de se ter formado no FC Porto e passar pelo Salgueiros).

Quem acabou com esta «dupla» função foi... Yustrich (que, juntamente com Otto Glória, no Benfica, «imporia» o profissionalismo nos seus Clubes, fazendo «escola» noutros).

O mesmo aconteceria com Acúrcio que «acumulava» a posição de guarda-redes no futebol, com a de avançado no... óquei patins (sendo, inclusivé, também internacional nesta modalidade).

Desculpe a insistência nos guarda-redes, mas, tenho ideia que, antigamente, os futebolistas mais miticos eram... guarda-tedes.

Pelo menos dos que vi: Pinho, Acúrcio, Américo, Rui, Mlynarzick e Vitor Baía, no FC Porto; Bastos, Costa Pereira, José Henrique, Bento e Pré´dhome, no Benfica; Carlos Gomes, Carvalho, Damas e Shmeichel, do Sporting, além do Vital do Lusitano de Évora e Setúbal, e do Ramim e Maló, da Académica, entre (poucos mais) outros.

Um abraço.

Jorge Carreira Maia disse...

Caro anónimo,

Não posso recordar-me do Pinho. Os primeiros guarda-redes que me recordo são o Costa Pereira, o Carvalho e o Américo. Isto deve-se às colecções de cromos que comecei a fazer quando entrei para a escola primária, em 1962-63, e ao interesse familiar pelo Benfica e o futebol em geral. No V. Guimarães julgo que o Guarda-Redes era o Roldão, mas não afianço.

Aquilo que chamei posters eram umas fotografias, talvez pintadas a cores, com um tamanho entre o A5 e o A4, que existiam na sede do clube da aldeia onde nasci. Eram fotografias coloridas, o processo de coloração, não sei. Eram nomes grandes do futebol, mas anteriores aos anos 60. Eram uma espécie de cromos gigantes. Embora eu não viva lá há muitas décadas, sei que pelos anos 70 ainda existiam essas fotos por lá, pois o meu foi, nessa altura, era presidente do clube e eu ia com ele até à sede. Hoje não sei se existem ou não. É possível que essas «preciosidades» tenham desaparecido em qualquer remodelação.

Um Abraço,
JCM

Anónimo disse...

Amigo JCM


Pela correcção e educação como se expressa, independentemente da côr clubistica que deu a entender, muito contrária à minha, como por certo também já dei a entender, entusiasma-me a continuar este «diálogo».

Já agora:

Sim senhor, nos princípios dos anos 60 era efectivamente o Roldão o guarda-redes do Vitória de Guimarães. Como sabe, nesses tempos (vindo-se a perder já nos anos 70, salvo raras excepções)os guarda-redes, e não só, mantinham-se épocas seguidas no mesmo Clube.

O Roldão foi formado no FC Porto saindo nos finais dos anos 50, desconhecendo o seu percurso após o Vitória e nem sei, inclusivé, se é vivo. Andará nos 75 anos de idade

No FC Porto estava «tapado» por aqueles já citados, aparecendo ainda o Norberto, o Antenor, o José Domingos, o Armando, enfim...

Seguiram-se-lhes então o Rui, o Armando, o Aníbal (tinha-me esquecido dele), o Vaz, o Frederico, etc., etc.

Tudo isto, no FC Porto, Clube do meu coração, como já deve ter entendido.

Do coração por uma questão de coerência. Se nasci no Porto... tinha que ser do FC Porto (ou do Boavista, ou do Salgueiros, ou do Desportivo de Portugal, ou do FC da Foz, ou do Progresso, etc.).

Já agora: de onde é o amigo JCM? E quem foi o que referiu como Presidente e de que Clube ? A sua «expressão» está confusa.

Cumprimenta-o

Jorge Carreira Maia disse...

Caro amigo Anónimo,

De facto tem razão, aquilo saiu um bocado truncado. O que que queria dizer era que o meu pai foi presidente, além de ter sido um dos fundadores nos anos 50, desse clube de aldeia (o Operário Meiaviense, do conelho de Torres Novas, cidade onde vivo) nos anos 70 e aqueles "cromos" ainda se encontravam, nessa altura, na sede do Operário, numa sala grande onde se jogava pingue-pongue. Alguns deveriam referir-se a jogadores que tinham há muito deixado de jogar. Por exemplo, Matateu, Ben David, julgo que do Atlético, Júlio do Benfica, havia por lá jogadores de todos os grandes clubes, mas já não consigo lembrar-me de quem eram. Talvez o Carlos Gomes, do Sporting. Eram de uma geração que eu não me posso lembrar, mas aquilo fascinava-me, pois tinham equipamentos muito diferentes daqueles que existiam nos anos 60 e 70, eram jogadores de calções compridos.

O Armando que fala é aquele que depois foi guarda-redes do Sp. de Braga, no tempo do Perrichon?

No post que eu escrevi sobre o Manuel Bento e que deu origem a estes comentários, referi que o «meu» guarda-redes do Benfica será sempre o Costa Pereira, o do Sporting, o Carvalho e o do Porto, o Américo. Eram eles que jogavam quando eu era miúdo de escola primária, fazia colecção de cromos e devorava os jornais desportivos do meu pai, desde o invetável Benfica, passando pela Bola, Record, Mundo Desportivo e Norte Desportivo.

Julgo até que era no Norte Desportivo que havia referências, ainda no meu tempo, dessa modalidade que referiu num post anterior, o Andebol de 11. Julgo que se jogava mais ao norte do que a sul, como o hóquei em campo, cujo campeão era quase sempre o Ramaldense, mas não tenho a certeza. Nem sei quem eram as equipas do Andebol de 11, os campeões, etc.

Bom, um abraço,
JCM

Anónimo disse...

Amigo desportista JCM
(e/ou outros amigos interessados):


Antes de mais, a triste noticia recebida, agora mesmo, da morte de um jogador do tempo que temos...
«falado»: o mítico Juca do Sporting
Paz à sua alma.

Sobre o andebol de 11:

Modalidade dos anos 40, 50 e 60, bastante competitiva e participada pelos ainda hoje grandes clubes portugueses.

Tenho-lhe um carinho especial porque a minha «cultura clubistica» vem do andebol de 11, dos célebres jogos no velhinho campo da Constituição,
«substituindo» a catequese, na Igreja do Marquês, aos domingos de manhã, e nos finais dos anos 50, lembrando-me do Fabião, do Dr. Augusto, do Madureira, do Campos, do Ferra, e, até do Pintado que, logo no princípio dos anos 60, rumaria ao Sul, representando o Benfica e mais tarde treinando-o e ao Sporting.

Lembre-se que o FC Porto chegou a ser campeão nacional... 16 anos consecutivos (nos anos 40 e 50).

Viria a decair, a modalidade, já nos anos 70 por «imposição» da Europa que optou pela variante de «7».


Sobre o hóquei campo:

Modalidade que também apreciava, exactamente nos mesmos anos 50 e 60, «dividindo» o FC Porto os títulos com o Ramaldense que, efectivamente, suplantava.

Intrometiam-se, de quando em vez alguns clubes do Sul, casos do Futebol Benfica e Belenenses, além dos clubes portuenses, Sport, Vigorosa e o mitico Académico.

Mas, mais que os titulos do hóquei campo, o Ramaldense «deu» ao futebol um grande jogador que foi Humberto Coelho que só não foi para o FC Porto por... 30 contos (está no seu livrinho «Idolos do Desporto»).

Sobre o Carlos Gomes:

A breve referência que lhe faz, não o faria se lesse o seu interessante mas polémico livro (que possúo) que se chama... «O Jogo da Vida». Faleceu há pouco e pelo que se sabe, teria sido dos melhores de sempre.


Sobre Ben David:

Teria sido, Ben David (não sei o que é feito dele) o primeiro estrangeiro a ser internacional do nosso futebol. O seguinte seria o Lúcio, brasileiro do Sporting nos anos 60 8exímio marcador de livres - faleceu por afogamento no Brasil há poucos anos), o brasileiro Celso que nos anos 70 jogaria no Boavista e FC Porto, seria o terceiro (também já faleceu - doença do coração) e agora, como se sabe, é o Deco.


Sobre o Armando:

Formou-se no FC Porto, foi para o Braga no início dos anos 60 (sucedeu ao mitico Cesário) e, sim senhor, fez parte da equipa vencedora da Taça de Portugal no ano dos «magriços», em 1966, com 1-0 ao Setúbal, golo do argentino Perrichon. Em 1970, após a saída do Américo, regressaria ao FC Porto, regressando a Braga para acabar a carreira e instalando-se nesta cidade onde possui um negócio de restauração.


Já agora:

O Acúrcio vive em Cascais, e coordena as actividades no Pavilhão do Clube desta cidade, e o Américo possui uma Clínica, em sociedade, em S. Paio de Oleiros.

A sua terra (Torres Novas) referencia-me o nome de Carlos Cruz e possui um Clube que foi treinado por uma referência do FC Porto, o meu visinho Gabriel Mendes (que também passou pelo Sporting para onde foi em 1984, com o Romeu, o Sousa e o Jaime Pacheco - estes regressariam em 1987 para serem campeões nacionais e... europeus).

Chega?

Um abraço do... ACL

Anónimo disse...

Amigo JCM (e... não só):


Por ser de justiça

corrijo que BEN DAVID era tão português como Eusébio, só que aquele nasceu em Mindelo, Cabo Verde (em 05.12.1926) falecendo um dia antes de completar 52 anos de idade (em 04.12.1978); jogou na Cuf e não foi internacional.

A confusão esteve no nome DAVID JULIUS, este sim, foi o primeiro internacional, de origem... não nacional, a «representar» o nosso país. Jogou no Atlético nos anos 50/60 e já teria falecido.


Ainda em relação ao

ARMANDO: de facto regressaria ao FC Porto em 1970, saindo de novo para o Braga mas duas épocas depois, por lá ficando até mesmo a viver.

ANDEBOL DE 11: outro emblema forte nesta modalidade era o Salgueiros sendo, aliás, o primeiro campeão nacional da actual variante de «7» em 1952 (até meados dos anos 70 as variantes disputavam-se de forma simultâne).

HÓQUEI CAMPO: foi a... «escola» dirigente de Pinto da Costa no FC Porto mas que, desgraçada e ironicamente, seria no «consulado» dele que se extinguiria, como sucedeu com o ciclismo e voleibol.

Existe uma afirmação célebre do irmão, o médico legista Dr. José Pinto da Costa (que é, inclusivé presidente da Assembleia Geral desta modalidade) que diz «só voltar a ser associado do FC Porto quando este voltar a ter... hóquei campo».


Um abraço do ACL

Jorge Carreira Maia disse...

Caro ACL,

O curioso é que eu também deixei a catequese não pelo Andebol de 11, mas pelos jogos de futebol das camadas jovens do Desportivo de Torres Novas. Havia jogos todos os domingos de manhã, pois havia aí uma três categorias.

Tenho pena de nunca ter visto um jogo de Andebol de 11. Não sei se a modalidade teria possibilidades de se tornar um bom espectáculo. Confesso que o Andebol de 7 não me agrada por aí além.

Relativamente a Torres Novas, é verdade o que disse, mas acrescentaria o José Torres do Benfica, o tio dele, Joaquim Torres, também jogou no Benfica, o Pedro Gomes, do Sporting, se não estou em erro, também é do concelho, bem como o Pepa, que esteve no Benfica e que não faço a mínima ideia onde pára. Julgo que também o defesa internacional de Hóquei em Patins, Fernado Pereira, é do concelho. Jogou cá, em final de carreira, um jogador do Sporting que se deve recordar, o Hugo, do tempo do 5 violinos.

Um abraço,
JCM

Anónimo disse...

Amigo JCM:


Onde já vamos. Ou melhor: onde o guarda-redes Rui... já «nos levou».

O Hugo, conheço dos antigos cromos e relembrei-o agora nas equipas do Sporting com o... Juca.

Mas não ficava contente comigo mesmo se não desse «a mão à palmatória» em relação ao... JOSÉ TORRES, que está a passar uma fase dramática da sua vida.

Apesar de não ser adepto do Clube que ele «serviu» muitos anos, digo
que me impressionou enormemente (e de forma negativa) um documentário televisivo recente sobre o seu estado actual de saúde.

A exemplo do Juca, era um SENHOR gentleman, sim senhor.

Tem razão, sim senhor, é de Torres Novas, onde nasceu em 08.09.1938.

Mas, o tio que jogou no Benfica era Carlos (e não Joaquim) Torres, e mesmo o pai (Francisco Torres) teria sido um bom jogador do... Carcavelinhos.

Como sei isto ? Está no «Idolos do Desporto» nº 15, 3ª Série, de 14.03.1964, que possúo entre... largas dezenas de outros.

O «Idolos do Desporto» nº 6, 3ª Série de 11.01.1964, respeita a PEDRO GOMES, por si citado, onde confirmo que, de facto, nasceu (16.10.41) em... Torres Vedras (Parceiros de S. João).

Pedro Gomes que, quando em vez, é visionado na Sic na qualidade de comentador.

E, lá está, era o defesa-direito da falada célebre selecção júnior, vencedora do Torneio Europeu de 1961 em que o Rui era o guarda-redes (haviam ainda o Crispim, o Simões, o Serafim, o Pedras, o José Carlos, etc.).

Lembro-me, então, ao olhá-lo, dos célebres «duelos», sobretudo nas Antas, entre o Pedro Gomes (que se destacava pela raça) e o Nóbrega (que tinha uma técnica sublime), Nóbrega que foi o extremo-esquerdo do FC Porto em toda a década de 60.

Nóbrega que é meu vizinho, e de quem se sabe que, enquanto jogador era, sistemáticamente prejudicado nas opções para a selecção.

É verdade que existia o Simões, como que... indiscutível (mesmo estando lesionado) mas, em sua «alternativa» ia o reservista do Benfica... Yaúca.

Em termos de técnica, «suceder-lhe-ia», quanto a mim,o malogrado «JJ» Jacinto João, nos fins dos anos 60 e todo de 70.

Vá lá, o Dinis (do Sporting, que passaria pelo FC Porto) talvez se se assemelhasse, mas destacava-se,
sobretudo pela pujança física.

Para terminar:

Pode crer que o andebol de 11, estética e técnicamente era... espectacular. Digamos que era futebol jogado com as mãos, com fóras de jogo e tudo...

Também não aprecio muito a variante de «7» que é muito agressiva,para não dizer violenta. Comparo-a, de certa forma, ao rugbi (agora na moda...).

Mas, lembro-me, que foi por uma
«imposição» de federações e clubes europeus.

A história da catequese é mesmo verdade. Agravada pelo sádico comportamento do padre que não queria moedas na bandeja mas... notas (numa altura - fins dos anos 50 - de muita miséria nos lares). Isto fez-me mais portista e... ateu


Mais um abraço do ACL

Jorge Carreira Maia disse...

Caro ACL,

Tem razão, por certo, relativamente ao tio do José Torres e contou-me uma coisa que eu não sabia, que o pai dele tinha sido jogador de futebol. Nunca tinha ouvido a história, julgo eu, mas lembro-me muito bem do pai e da mãe do José Torres, tinham uma banca de peixe, aliás de óptimo peixe, embora eu na altura não fosse muito adepto do peixe, no mercado de Torres Novas. Eram pessoas grandes, altas não tanto como o filho, mas mais do que anorma portuguesa. O tio não me lembro da figura dele. Ora o pai do José Torres sempre o conheci coxo e eu pensava, sem qualquer razão, que ele tinha sido sempre assim. Nunca imaginei que ele tivesse jogado futebol. As coisas que se descobrem...

Lembro-me muito bem do Nóbrega, como do Américo e do Rui, mas também de outros, como o Atraca,o Festas, de um Rolando e julgo que de um Ronaldo. O Nóbrega, tanto quanto me lembro, era um excelente jogador. Agora não consigo recordar outros, pois estas memórias são antigas enão estou ligado às coisas do desporto. Já há muito que não compro um jornal desportivo. Mas se visse os nomes dos jogadores do Porto, ou do Sporting, e de outros desses tempos reconhecê-los-ia. Por causa dos cromos e da leitura dos jornais do meu pai, que eu devorava. Lembro-me também do Yaúca no Benfica, suplente, do Serafim e do Abel, que depois julgo que jogaram no Porto. Julgo que um deles, talvez o Abel, meteu 4 golos ao Benfica. O Yaúca, julgo que nunca pegou em lado nenhum, nem sei o que lhe aconteceu.

Não concordo com a sua analogia do Andebol de 7 com o Râguebi. Eu não ligava muito a essa modalidade,embore me lembre de ver muitos jogos, ao Sábado à tarde do torneio das 5 Nações, mas desde que vi jogar a Austrália, a Nova Zelândia e a África do Sul, fiquei adepto, embora só tenha visto um jogo deste mundial. Bem jogado é espectacular, não tanto como o futebol ou o Hóquei no Gelo, que é o Hóquei mais espectacular que eu já vi (na televisão, claro), mais do que o Hóquei em Patins.

O Pedro Gomes não é de Torres Vedras, mas de Torres Novas, e a freguesia dele julgo que é a mesma do Carlos Cruz. Mas são pessoas, esses dois, que eu nunca vi por cá, o Torres ainda vi algumas vezes, mas esses não.

Um abraço,
JCM

Anónimo disse...

Amigo JCM:


Desculpe ma�-lo, at� porque confessa n�o estar... �ligado �s coisas do desporto�.

Exceptuando se forem jogadores...
�desses tempos�.


Mesmo assim:

O que o amigo desconhecia do pai do Jos� Torres, eu, ent�o, ainda mais. Limitei-me a transcrever o que vem no citado livro �Idolos do Desporto�, em rela�o ao... Jos� Torres.

A refer�ncia a Torres Vedras, como local de nascimento do le�o Pedro Gomes, claro que foi erro meu de transcri�o,at� porque como tamb�m referi, a freguesia � a de... Parceiros de S. Jo�o, que ser� em... Torres Vedras. Certo?

Aqui tamb�m me limitei (mal) a transcrever o outro citado livro
�Idolos do Desposto�, em rela�o ao... Pedro Gomes.

Desculpe-me mas... se calhar foi alergia pelo facto de, no momento, nesse local, estar a decorrer um evento alaranjado mas... indejesto.


Mas, voltando ao... futebol:

O N�brega (Francisco N�brega), � natural de Vila real, como o le�o Fraguito; era de facto um fabuloso jogador (mas qual Quaresma...), com
um p� esquerdo fenomenal.

Os �duelos� com... o Pedro Gomes (Sporting), o Jacinto (Benfica), o Celestino (Acad�mica), o Rodrigues (Belenenses), entre outros, eram...
espectaculares.

Foi gra�as aos seus cruzamentos milim�tricos que, em 1963, o brasileiro Azumir venceu a �bola de prata�, e at� o Artur Jorge beneficiou, na primeira �poca de s�nior, em 1963/64, e, sobretudo os brasileiros Valdir, Amaury, Djalma e Fl�vio, al�m de outros, portugueses, como o Cust�dio Pinto o Abel, o Manuel Ant�nio e o Lemos.

(Um par�ntese: foi este, o Lemos, quem marcou os... SEIS golos ao Benfica, na �poca de 1971/72 - 4 nas Antas e 2 na Luz).


Mas, voltando ao N�brega:

O citado Cust�dio Pinto (falecido, sepultado em Rio Tinto, apesar de ser origin�rio do Montijo) seria, como ele, N�brega, mais o Am�rico, um dos �magri�os� de 1966... n�o utilizados.

N�brega que seria �beneficiado�
com a transfer�ncia, na altura milion�ria, do Serafim para o Benfica, em 1963, sendo superado na Selec�o pelo Sim�es, s� pelo facto de este pertencer a uma
�estrutura� com... lugar cativo (Jos� Augusto, Eus�bio, Torres, Coluna e Sim�es).

E mesmo quando n�o ia o Sim�es ia o reservista... Ya�ca (j� falecido mas que se destacou, sobretudo, ao servi�o do Belenenses).

J� citei mais alguns jogadores do FC Porto �daquele tempo�:

Acrescento: o Gualter, o Valdemar, o Almeida, o Naftal, o Joaquim Jorge, o grande Rolando (outro renegado na selec�o) o Mesquita, o malogrado Pav�o, o bracarense Carlos Batista, o Jaime, e os j� falecidos Carlos Manuel, Lisboa e Malagueta, etc., etc.

O Festa (e n�o Festas), o �nico
�magri�o� do FC Porto a jogar no Mundial de 1966, � natural de St. Tirso, onde come�ou e acabou a carreira; �ltimamente, sabe-se, tinha fun�es de secret�rio geral do Tirsense.

O referenciado Ronaldo, do Brasil, veio, juntamente com Ruben Salim,
�comprados� por Pinto Magalh�es, mas ambos seriam um... fracasso; n�o tanto o Ronaldo que veio como ponta de lan�a mas que se imp�s... como defesa central, acabando a carreira no Sporting de Braga em finais dos anos 70.


Para finalizar:

A analogia do r�guebi com o... andebol de 7, mantenho-a sobretudo pela agressividade (n�o viol�ncia) que tira muito da est�tica que deve prevalecer no desporto.

Mas tal n�o me impede de deixar de apreciar (mais o andebol que o r�guebi) pelo �simples� facto de o FC Porto o praticar... ao andebol.

Reafirmo que o andebol de 11 era espectacular, assim como o �quei
em campo (tamb�m tipo futebol, s� que jogado com o... stick).


Um abra�o amigo do ACL

Jorge Carreira Maia disse...

Caro ACL,

Não maça nada. Gosto de trocar impressões e de aprender. Há coisas para que não tenho paciência: fanatismos clubistas, embora ache que cada um deve gostar do seu clube e querer que ele ganhe, mas só isso. Fui educado assim. O meu pai sempre ligado ao desporto e um benfiquista dos quatro costados e nunca o vi aborrecido com derrotas ou coisas assim. Tinha amigos de todos os lados e uma pessoa acaba por aprender com os exemplos. Também não tenho paciência para os comentadores da televisão, embora tenha saudades do Artur Agostinho, do Alves dos Santos e do Nuno Braz. Preocupavam-se em falar bem e, apesar de se saber a filiação clubista, eles eram profissionais e não a deixavam transparecer, pelo menos é essa a ideia que tenho.

Voltando à nossa conversa. Acabei de ver o Inglaterra - França em râguebi e achei um belo jogo, vibrante e entusiasmante. O que é que eu não gosto no Andebol de 7? É o facto das posições das equipas no campo estarem muito marcadas. Ora uma defende e outra ataca, ora os papéis inveretem-se. Depois as defesas são muito faltosas. O jogo até podia ser espectacular, mas as regras precisariam de ser muito repensadas, aproximá-lo mais, talvez, do futebol. O Hóquei patins, por motivos tácticos, também sofre um pouco do mesmo mal, mas é mais espectacular do que o Andebol.

Dos jogadores do Porto que falou, recordei-me de mutos, mas não de todos. O Pavão, claro, o Lisboa, o Malagueta, o Gualter (também no V. Guimarães?), o Valdemar, Valdir, Amaury, Djalma e Flávio, Custódio Pinto (também no V. Guim.?) o Abel, o Manuel António (também na AAC), o Joaquim Jorge e o Lemos. Não me lembro do Almeida, do Naftal, do Carlos Batista, do Jaime, do Carlos Manuel e do Ruben Salim.

Um abraço,
JCM

Anónimo disse...

Amigo JCM:


Trocar impressões com agrado (pela cordialidade e com educação... sem fanatismos) também eu. Senão, já tinha desistido.

Mas, aprender, não acho que seja o caso. É só um avivar de memória, porque, reconheça-se, este nosso
«diálogo» serve, exclusivamente, para... recordar.


Então:

O comentador que citou, Alves dos Santos (Artur Agostinho e Nuno Brás eram, essencialmente, mais locutores)era tudo menos... isento.
Assim como o viriam também a não ser, Neves de Sousa e Gabriel Alves, desculpe-me que lhe diga.

Vi os últimos 10 minutos do citado Inglaterra-França em raguebi; foi emocionante e espectacular mas... inestéticamente imperfeito. Admito que o meu «problema» seja de falta de cultura desportiva.

É exactamente, reafirmo, como um bom jogo de... «andebol de 7».

Já um bom jogo de óquei patins se torna estéticamente mais bonito, independentemente da sua virilidade

Pena ser uma modalidade em declínio
mesmo a nível europeu e mundial.

Que saudades, aqui sim, das vozes do Artur Agostinho, Nuno Brás e Amadeu José de Freitas nos relatos dos jogos da selecção nos anos 60


As dúvidas que pôs em relação a alguns antigos futebolistas do FC Porto:

GUALTER:

É mesmo esse: formou-se no Vitória vindo para o FC Porto em 1970 onde se manteve até regressar a... Guimarães nos finais dessa década; sabe-se que possui um negócio de camisas;


CUSTÓDIO PINTO:

Era conhecido pelo «Cabecinha de Ouro» («Idolos do Desporto») e originário do Montijo.

Veio ele para o FC Porto, em 1960, e o seu irmão (Manuel Pinto) para o Guimarães. Manteve-se até finais dessa década saindo em conflito com o treinador António Teixeira.

Romaria a Guimarães, jogando com o irmão e lembro-me que em 1971/72 ao
marcar o golo da vitória (2-1) nas Antas, deitou as mãos à cabeça.

Acabou no Spor Rio Tinto a convite do seu antigo colega, Francisco Nóbrega, que era o treinador.


ALMEIDA:

Era um central elegante e fino que
«substituiria» o mitico... Miguel Arcanjo.

Formado no Varzim, e ainda no FC Porto, acabou por rumar ao Sul jogando no Barreirense (com...
Bento e Carlos Manuel); há tempos visionei-o num jogo de Veteranos em representação do... FC Porto.


NAFTAL:

Era (e será, penso que ainda vivo) um angolano que como «cartão de visita» marcou o golo da vitória (1-0) ao Benfica num remate fóra da
área, surpreendendo Costa Pereira, na sua estreia em 1964.

Desapareceria rumando, duas épocas depois, a Santo Tirso, cujo clube da terra, na altura, era assim... como que um autêntico «albergue» de antigos futebolistas do FCPorto casos de Festa, Sebastião, Quim, Cristóvão, Ferreirinha, Silva, Ernesto, Carlos Manuel etc..

Eliminariam, inclusivé, o FC Porto da Taça de Portugal, nas Antas, em 1968/69, treinado por... Ramim.


CARLOS BATISTA:

Formado no Braga, veio para o FC Porto em 1962/63, e fez parte de um célebre «meio-campo» composto por ele, pelo Custódio Pinto e pelo Pavão, marcando, inclusivé, um dos dois golos (2-0) na estreia deste último, frente ao Benfica, em 1965 (o outro golo foi obtido pelo... Nóbrega).

Voltaria a Braga onde acabou a carreira, distinguindo-se pela sua correcção e profissionalismo. Era muito sóbrio e educado e tinha esta
característica: marcava um golo e parecia que não era nada com ele, não festejava... efusivamente.


JAIME:

Genuinamente portuense... formado no FC Porto; «substituiu» o mitico Carlos Duarte em principios dos anos 60.

Era conhecido pelo «ventoinha» tal a rapidez com que jogava no seu sector, na «ala direita»; era um jogador não muito dotado de técnica
mas generoso.

Fez parte da célebre equipa que venceu a Taça ao Setúbal em 1968 (Jaime, Custódio Pinto, Djalma, Eduardo Gomes e Nóbrega)por 2-1 (golos de Valdemar e Nóbrega).

Ficou célebre a sua expulsão aos...
5 m. de jogo, na final da Taça de 1964, com o Benfica (derrota por 2-6)... «só» pelo facto de chamar a atenção do árbitro por o Eusébio ter colocado a bola para um livre uns bons metros à frente do local de uma falta.

Antigamente era assim... sem apitos
dourados.


CARLOS MANUEL:

Origináriamente de Santo Tirso, veio para o FC Porto em 1965/66, regressando em 1968/69 ao Tirsense (também fez parte da tal célebre equipa da Taça).

Fez parte da equipa do FC Porto que perdeu em Alvalade por... 4-0 indo para a baliza por expulsão do Américo logo no início do jogo (na altura não haviam substituições).

Faleceu há poucos anos.


RUBEN SALIM:

Um ponta-de-lança brasileiro, que veio juntamente com o já falado Ronaldo, em 1970. Modestíssimo... não chegando ao final da época de 1970/71.

Foram umas contratações assumidas de forma «desesperada» por Pinto de Magalhães após a época(1969/70) que seria a... pior de sempre na história do FC Porto (9º lugar).


Chega amigo ?

Um grande abraço e agradeço-lhe a paciência.

Anónimo disse...

O comentário do anónimo de 10 e 11 de Outubro é pura verdade, assim como o meu de 2 de Outubro. Apenas as datas, onde refiro início dos anos 60 e por volta de 1964, deve realmente ler-se: em finais dos anos 50. Eu tinha algumas dúvidas quanto às datas (questão de memória) mas no fundamental da notícia garanto que está certa, assim como o sr. não o desmente, salientando que, parcialmente, estava certo em relação ao Rui. Nesses finais dos anos 50 ,depois das aulas do Colégio da Mealhada, ia com frequência ver os treinos do G.D. da Mealhada, altura em que o Rui se começou a destacar dos demais. O Padre António Ferreira Dias foi o olheiro e o provável interlocutor com o FCP para que ele em pouco tempo rumasse até às Antas. Gostava imenso de rever O Rui e deixar-lhe um abraço. Através da lista telefónica encontro em Fânzeres (Gondomar)um Rui F Teixeira Sousa mas o nome dele é Rui Fernando Sousa Teixeira. Provavelmente haverá algum lapso na lista e trata-se, efectivamente, do bairradino Rui. Aceite os meus parabéns pela sua frescura de memória e pelo prazer que me deu em falar deste meu conterrâneo que não terá tido no FCP a felicidade que merecia quando tanta esperança e sorte lhe pensava reservada, para alegria da sua família e contentamento dos mealhadenses. Um abraço.

Anónimo disse...

Amigo:


Vou «indagar» onde se situa, no concreto, a residência do Rui.

E, vou mandar-lhe cópias destes
«diálogos» (depois de os imprimir).

Mas, o amigo tendo mesmo vontade de o reencontrar, acho que não é muito difícil. É só saber quando se efectuam os treinos dos Iniciados no Centro de Estágio do Olival (Pedroso, VN Gaia) e...

Um abraço.

Anónimo disse...

Meu amigo:

Os seus conhecimentos nesta temática propiciam esta excelente ponte para reencontrar o Rui.

O meu bem haja e as maiores felicidades.

Anónimo disse...

No site desportivo ZeroZero a ficha do guarda-redes Rui aguarda a colaboração de alguém para ficar completa. Falta a sua foto (equipado), data de nascimento, altura, peso (enquanto jogador), épocas e clubes em que jogou (suponho que foram apenas o Grupo Desportivo da Mealhada e o Futebol Clube do Porto.

Eis o que consta no site :

Rui Teixeira
Portugal | Guarda Redes
(Falta Foto)

Colaboração
Sabe mais sobre Rui Teixeira?

Sugira um video! ou várias fotos.

DADOS PESSOAIS
Nome - Rui Teixeira
Nacionalidade - Portugal
Nascimento -
Naturalidade -
Posição - Guarda Redes
Altura -
Peso -
Web ou Mail -
Clube - ??(Retirado das competições oficiais em:)

Posição - Guarda Redes
CLUBE ACTUAL : FC Porto
(Juniores A ?)

Jorge Carreira Maia disse...

Nunca pensei que o meu "post" sobre o Manuel Bento levasse até onde levou e ainda menos que a minha referência à festa de homenagem ao guarda-redes Rui, a que assisti há 30 anos nas Antas (eu esta a cumprir serviço militar no Porto, em Arca d'Água, será assim que se escreve?), permitisse esta troca de informação entre leitores.

Já agora coloco ao leitor ACL uma questão: ainda se lembra contra quem jogou o FC Porto nessa festa de homenagem? Já não me recordo. Teriam sido austríacos?

E também uma ao leitor da Mealhada, se foi ele que referiu o guarda-redes Rita do Caldas, se esse Rita é aquele que esteve no Benfica e que levou 5 golos de uns alemães na Taça dos Campeões Europeus?

Um abraço para ambos os leitores,
JCM

Anónimo disse...

Alguém poderá ajudar ?
Estará correcta esta minha indicação das épocas de início e fim de actuação no FCP, destes excelentes guarda-redes :
Pinho : 53/54 até 58/59
Acúrcio : 57/58 até 59/60?
Américo : 58/59 até 69/70
Rui : 60/61 até 78/79

Todos foram campeões pelo F.C. Porto (o 1º e o 2º como os titulares, os outros como suplentes)

Anónimo disse...

Amigo JCM

É verdade, quem diria... Aliás, já o tinha referido atrás.

É Arca D´Água, sim senhor, Quartel onde, por coincidência, em 1968, me «sujeitei» à respectiva inspecção... ficando livre.

Possuo dois bilhetes desse jogo de homenagem ao Rui, autografados até, mas, como estou no emprego (e não em casa) não posso lembrar com quem se jogou mas, penso, que foi com um misto de ex-jogadores do FC Porto, e ainda outro jogo houve disputado entre o Gondomar e... não me lembro. À noite já lho confirmo.

Um abraço.

Em relação à foto logo também o esclarecerei como conseguir na internet.

Anónimo disse...

Amigo Anónimo:


Ora aqui vai a... «ajuda».

Sim senhor, PINHO (1955/56) e Acúrcio (1958/59) foram campeões nacionais como titulares, mas o Américo(1958/59)e o RUI (1977/78), também o foram, mas na qualidade de suplentes (Américo, do Pinho e do Acúrcio, e Rui, do Fonseca); todos também seriam vencedores de Taças de Portugal: o Pinho, em 1956 e 1959, com o Acúrcio como suplente; e o Américo em 1968, com o Rui a suplente, que viria a repetir em 1977, com o... JOAQUIM TORRES a titular.

- O PINHO (já o escrevi aqui, em 11 de Outubro), começou por ser, também, guarda-redes de andebol de 11 no FC Porto (suplente do mitico Madureira), acumulando, mas com a chegada de Yustrich (1955) teve de optar pelo futebol. Em 1959/60 foi para o Salgueiros seguindo-se duas épocas (1960/61 e 1962/63, no Guimarães), etc., etc.

- O ACÚRCIO veio de Moçambique, em 1955, do Ferroviário, onde jogava futebol (era suplente do Costa Pereira, que viria para o Benfica) e também óquei patins, e onde era internacional, e, lhe aconteceria o mesmo que ao Pinho, por ordem de
Yustrich; saíu em 1961, após a derrota com o Leixões, na final da Taça, e nas Antas, regressando a Moçambique e ao seu... óquei. Vive em Cascais.

- O AMÉRICO veio para o FC Porto ainda no princípio dos anos 50, chegando a ser suplente do mitico Barrigana. De 1955 a 1958 esteve emprestado ao Boavista, e regressa em 1958/59 para ser... campeão. Afastou-se, ainda novo, em 1970, com lesão grave num joelho. Vive em Santa Maria de Lamas e possui uma clínica em S. Paio de Oleiros.

- O RUI, já por demais falado,veio para o FC Porto em finais dos anos 50 ainda júnior,deixando de jogar futebol, e o FC Porto, em 1978 (e não 1979), conforme minha atrás
«exposição», datada de 11 Outubro.


Chega?

Um abraço do ACL

Anónimo disse...

Amigo JCM:


Já estou, enfim, em condições de.. «esclarecer» o amigo.

a Festa de Homenagem (e não de despedida) ao RUI procedeu-se em 01.06.1977 (um ano antes da sua efectiva... despedida) com dois jogos efectuados:

* FC Porto - 3 - «Misto» de ex-jogadores do FC Porto - 1 -; e

* Gondomar SC - 1 - SC Rio Tinto - 2 -


ALINHARAM pelo FC Porto:

- Rui, Murça, Freitas, Teixeira e Taí; Rodolfo, octávio e Ademir; Séninho, Gomes e Duda. Jogaram ainda: Teixeirinha,Alberto e Jairo


A linharam pelo «Misto»:

- Vaz, Gualter, Valdemar, Ronaldo e Leopoldo; João, Rolando e Marco Aurélio; Ricardo, Chico Gordo e Abel. Jogaram ainda: Quim, Guedes, Domingos, Alberto, Vieira Nunes, Luis Pereira, Manuel António e Lemos.

Marcadores: Gomes, Ademir e Octávio (pelo FC Porto) e Marco Aurélio (pelo «Misto»).


Amigo da Mealhada:

Verifico no «Idolos do Desporto» nº 13, de 23.06.1966, dedicado a RUI (e até autografado), que este nasceu em 27.09.1942 estrando-se pelo Mealhada contra o Marialvas de Cantanhede (2-1). Tinha como ídolos, Carlos Gomes e... Ramim.

Treinou no Belenenses durante dois meses mas, como não se «resolviam» o pai (que era benfiquista) trouxe-o de regresso à Mealhada.

É depois que aparece o referido Cónego Ferreira Dias, de Casal Comba, portista dos«sete costados» e que o leva para o FC Porto onde se estreia, pelos Juniores, frente ao Boavista (0-1).

Tudo o resto... sabe-se já.


Amigo anónimo:

Pode obter a pretendida foto do RUI pela internet «buscando» no...
«BAÚ DOS CROMOS» onde, na «folha» do FC Porto lá aparecem «cromos»
dos anos 60 com o Rui incluído.

Depois diga-me se conseguiu.


Um abraço para todos do ACL

Anónimo disse...

Caro amigo ACL
Muito obrigado pela sua informação. Já consegui a foto do guarda-redes Rui (Cromo nº 23)
Um abraço

Anónimo disse...

sou um titular de um bilhete de uma festa de homenagem a costa pereira ,devidamente autografado pelo proprio, como sou sportinguista este titulo nao me interesa ,por isso abro aqui um livro de propostas de kem estiver interessado por favor contactar por email catypaty@hotmail.com

Anónimo disse...

vende se um bilhete autografado de uma festa de homenagem a costa pereira,autografado pelo proprio
para mais imformacoes email catypaty@hotmail.com

Grupo Motard e Desportivo H2O disse...

Meus Amigos posso lhes dizer que entre os grandes guarda-redes da CUF se encontra o meu pai , ainda vivo "GUIMARÃES" que ganhou a baliza de prata. atrás dele vêem outros como o conhé,américo,etc...

Anónimo disse...

vítor manuel - guarda redes da cuf na década de 60
considerado melhor jogador da "liga" em dois anos
fazia exibições memoráveis contra os grandes e contra o ac milan
acabou por fracturar o crâneo contra o leixões...

Anónimo disse...

O Vitor Manuel (chegou a ir à seleção de Esperanças) sucedeu ao José Maria (g.r. internacional)depois de chegar a sénior e subir o Luso do Barreiro da 3ª para a 2ª e o Seixal da 2ª para a 1ª . Depois contribuiu para o 3º lugar da CUF em 64-65 e nas competições europeias perante o gigante europeu AC Milan fez duas exibições memoráveis em Milão.Acabou a carreira após uma cabeçada infeliz do Oliveirinha do Leixões que assim tentou tirar-lhe a bola dos braços . O Guimarães sinceramente não recordo de ter jogado a titular alguma vez. Mas o Barreiro teve outros bons guarda redes, para além do Bento, Neno, Jorge Martins, Sérgio Louro, Barradas