Leggio III
Profícua luz a com qu’a tarde cai e no ruído
Entretecido de silêncio há pela cânfora das avenidas
Vultos viandantes, pequenas aves bêbadas
Poisadas na fímbria quântica das ruas. O deus
Aos corações incautos dardeja e sentados
Pelos bancos os olhos vêem passar na
Pressa que à noite o dia deu raparigas fanadas
Hirtos olhos de seios ligeiros flocos a tremer.
Animais famintos pelo Rossio exíguos a uivar
E das ruas que para o Tejo caem avisto barcos
Lêvedos a minguar. O oceano da terra os atrai.
Com tanta leveza do chão os olhos tudo fitam
Anseiam no céu divino o motim fértil e fecundo.
E onde os meteoros soçobram lá prendem-se
Reflexos velozes incendiados, aviões acesos
Pela vertigem na cidade em delíquio caem.
Se a inconstância logo tudo toca, em teus dedos
as paredes brancas, planície de vagens fluentes e
Negras, ruelas de palavras, a voz rouca se
Canta. Húmidas manchas aí se aninham
E homens sóbrios já a noite descai pelas ondas
Luminares banhados marcham enquanto
A cegueira tão cega os alevanta. Não há
Vapores no cais, só bandeiras a cidade mancham.
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