Baudelaire, Les Fleurs du Mal - IV Correspondances
A Natureza é um templo onde vivos pilares
Deixam às vezes brotar confusas palavras;
O homem ali passa entre florestas de símbolos
Que o observam com olhos familiares.
Como longos ecos que ao longe se confundem
Numa tenebrosa e profunda unidade,
Vasta como a noite e como a claridade,
A si, perfumes, cores e os sons se respondem.
Há perfumes frescos como corpos infantis,
Doces como oboés, verdes como campinas,
- E outros, corrompidos, ricos e triunfantes,
Têm a expansão das coisas infinitas,
Como o âmbar, o almíscar, o benjoim e o incenso,
Que do espírito e dos sentidos o êxtase cantam.
(Tradução JCM)
1 comentário:
Muito obrigada pela tradução. Procurava há muito. Ficou realmente linda.
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