11/03/07

Baudelaire, Les Fleurs du Mal - IV Correspondances

A Natureza é um templo onde vivos pilares
Deixam às vezes brotar confusas palavras;
O homem ali passa entre florestas de símbolos
Que o observam com olhos familiares.

Como longos ecos que ao longe se confundem
Numa tenebrosa e profunda unidade,
Vasta como a noite e como a claridade,
A si, perfumes, cores e os sons se respondem.

Há perfumes frescos como corpos infantis,
Doces como oboés, verdes como campinas,
- E outros, corrompidos, ricos e triunfantes,

Têm a expansão das coisas infinitas,
Como o âmbar, o almíscar, o benjoim e o incenso,
Que do espírito e dos sentidos o êxtase cantam.

(Tradução JCM)

1 comentário:

Unknown disse...

Muito obrigada pela tradução. Procurava há muito. Ficou realmente linda.