Leggio I
O fragor da madeira fresca para a cidade os homens
traziam e em apertadas ruas abriam com langor
avaras passagens. A estreita senda onde na manhã
dos dias de ontem os eléctricos esculpiam, no frio
da estrada, imensas, pois amarelas e vivas, as paisagens.
Os pregões, tal ainda dado ouvir me foi, ali
a voz calaram e as ruas ora desertas habita-as
gente, fantasmas ondulantes perdidos como
pássaros suados, a bramar por nós, chamam.
Quando gaivotas, poisam de asas descobertas.
Nas sombras da tarde não há mistério e pelos cafés
bóiam turistas, gente obscura, despojos breves vindos
da terra perdida do império. Quando as águas correm
a cidade grita e no céu como raparigas suspensas
regurgita de cinza a nuvem trespassada de mágoas.
O Sol em leve inclinação ao meio-dia deixa
entre casas um risco de frescura breve.
As árvores agachadas pois árvores são
fazem lembrar em funesta analogia difícil
um gigante, antes de um anão a breve mesura.
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