Leggio IV
Ruídos de sirenes pela noite de transeuntes
Ao acaso das ruas rendidos. Em estreitas ruelas,
Flamejam avaras pequenas luzes e se pelo chão
Imundos os destroços caem, é nas mãos
Vazias que brancos e lívidos se trazem. Esqueceram
Na senda da noite o nome que lhe deram e
Sentados na calçada ao deus pedem
Pela manhã a memória venha, mesmo se branca,
Mesmo se fria e gélida. Garrafas partidas
Estilhaçados copos, tudo a noite cobre
E os corpos destilam abraçados; gavinhas
Frágeis logo a aurora as desfaz. No frio da cidade
O ar recobre-se de névoas e o Tejo embarca
Pelo mar ali no lugar onde tudo se refaz.
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