O futuro
A condição histórica é a natureza do homem fora do estado paradisíaco. Submetido ao tempo, o homem soçobra sob o jugo terrível do império do futuro. Este sempre foi visto como uma ameaça, o cumprimento de uma sentença de condenação à morte, inapelável. A modernidade, porém, subverte esta experiência arcaica e faz do futuro um lugar radioso, o sítio onde se cumprem todas as expectativas. Assim se percebe, por exemplo, a natureza do homem revolucionário, e eu já fui um revolucionário, embora diletante e falhado. Quer destruir o presente – toda a ordem da presença é abominável – para que o futuro se realize. Por isso, deixa atrás de si um rasto interminável de sangue. O futuro nunca deixou de ser o lugar da morte. [15 de Setembro de 2009]
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