Um equívoco
Um equívoco e uma perda de tempo: Ministério Público está a investigar 700 casos de corrupção. Em Portugal, contrariamente ao que se diz levianamente, não há corrupção. Apenas se fazem uns favores em troca de outros favores, tudo num clima de amizade familiar. A economia do dom, que assim floresce, não pode ter o terrível nome de corrupção. Pelo contrário, dela resulta o fortalecimento dos laços familiares e inter-familiares. Por que razão, por exemplo, um decisor público, como agora se diz, há-de entregar certa empreitada a alguém que desconhece? A coisa deve ficar na família, entre amigos e vizinhos. Chamar a esta solidariedade grupal corrupção é mesmo coisa de educação protestante, algo que pode funcionar lá para o norte da Europa, sítio onde, como se sabe, não há grande apreço pela família. Portanto, coisa de gente pouco temente a Deus e pouco amiga do seu amigo. Será justo que o Ministério Público desbarate o dinheiro dos contribuintes, ao perder tempo a investigar uma coisa que nem existe?
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